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Maíra Machado | “As centrais como a CUT e a CTB devem disponibilizar todas suas forças para o breque dos apps”

Os entregadores, que em meio a pandemia protagonizaram o “Breque dos apps” contra as suas condições precárias de trabalho e exigindo seus direitos, agora organizaram uma paralisação para o próximo dia 25. Maíra Machado, professora da rede estadual de São Paulo e candidata a deputada estadual pelo MRT nas últimas eleições fala ao Esquerda Diário sobre o papel das centrais sindicais frente a essa mobilização.

quinta-feira 12 de janeiro de 2023 | Edição do dia

“Primieiro, é preciso encarar essa paralisação como uma mobilização contra uma das maiores conquistas dos capitalista e da burguesia do país após o golpe que é o avanço na precarização das condições de trabalho e de vida dos trabalhadores brasileiros. Em sua maioria a nossa classe é composta por rostos de homens e mulheres negros, que como muitos dos entregadores precisam trabalhar 10 horas ou mais por dia, todos os dias, em condições precárias, que expõem ao risco suas vidas. Uma realidade que vem se agravando nos últimos dias e que se intensifica a cada aumento do custo de vida no país.
Frente a isso, as centrais sindicais como a CUT e a CTB, dirigidas pelo PT e pelo PCdoB, têm a responsabilidade de disponibilizar todas as suas forças para fortalecer o breque dos apps e organizar os trabalhadores em cada local de estudo e de trabalho para apoiar essa luta. Todos os seus recursos deveriam se voltar para a luta dos trabalhadores de aplicativo que buscam impor limites à desresponsabilização das empresas que não arcam com nenhum custo ou não possuem nenhuma obrigação com seus trabalhadores enquanto estes literalmente morrem para gerarem seus lucros.
A organização dos trabalhadores contra o trabalho precário e por condições de vida é uma tarefa urgente. Os setores que apoiaram o novo governo Lula-Alckmin, como essas centrais sindicais e as entidades estudantis nacionais também dirigidas por esses partidos, as organizações de esquerda e parlamentares de esquerda devem encarar esse dia como um importante dia para avançar no único caminho que pode enfrentar a extrema direita: o caminho da organização e da luta da classe trabalhadora com seus métodos, nas ruas, de forma independente do governo. Mas também de confiar nos setores do judiciário que com todo seu autoritarismo colecionam medidas contra a organização dos trabalhadores.
Nós do esquerda diário apoiamos essa paralisação, como também apoiamos no primeiro ano da pandemia e estaremos lado a lado com os entregadores, que sofrem com a precarização do trabalho, superexploração, racismo e falta de direitos.”




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