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Eleições 2022 | Bolsonaro faz demagogia após 1º turno e nega responsabilidade pela miséria da população

Em discurso após o resultado das eleições de primeiro turno, Bolsonaro deixa marcado com quem quer dialogar no segundo turno. Reconheceu que sua campanha "não atingiu a porção mais importante da sociedade", que "há o sentimento de que a economia ficou pior", se referindo a que a população pobre identifica no governo a responsabilidade pela crise, a fome e a miséria

segunda-feira 3 de outubro de 2022 | Edição do dia

Ainda que tente negar, não pode esconder que as reformas e privatizações que ele garantiu junto ao Congresso são parte do que levou a miséria, ao desemprego, arrochando também os salários, como parte do seu projeto de desferir de forma mais brutal a crise sobre as costas dos trabalhadores.

O resultado deste primeiro turno expressou por um lado um fortalecimento da extrema-direita enquanto força social e política, com Bolsonaro encolhendo a diferença que as pesquisas apontavam entre ele e Lula no primeiro turno, assim como elegendo uma bancada reacionária no Congresso, sobretudo no Senado. Mas também Bolsonaro teve que reconhecer que os setores mais precários da população, da classe trabalhadora, rechaçam a sua política de ataques e reformas. O Auxílio Brasil e outras políticas demagógicas do governo, por mais que possam auferir algum poder de consumo básico às famílias, não podem solucionar a crise. Bolsonaro representa o projeto da burguesia de descarregar a crise de forma mais brutal contra esses setores, impondo também maior opressão contra as mulheres, negros e indígenas.

A única via para dar uma resposta dos trabalhadores para a crise é revogando o legado econômico de Temer e Bolsonaro, como a reforma trabalhista e da previdência, barrando qualquer tentativa de impor novas reformas, como prometeu Arthur Lira. E isso só é possível com um programa que unifique através das greves, piquetes e manifestações, a classe trabalhadora e todos os setores que são alvo dessa extrema-direita. A redução da jornada de trabalho sem redução de salário, igualdade salarial entre negros e brancos, homens e mulheres, aumento dos salários confirme a inflação. Expropriação das grandes indústrias de alimentos sobre controle dos trabalhadores, reforma agrária radical.

São algumas das medidas urgentes e que podem hoje unificar uma força social que se enfrente com a extrema-direita, junto a direita tradicional e o conjunto do regime. Não será cedendo ainda mais a esses setores, como promete Lula para o segundo turno, que vai se enfrentar com a extrema-direita, ao contrário. O resultado no primeiro é produto da maior direitização da campanha de Lula, que arou o tereno para a extrema-direita. É necessário exigir das centrais sindicais dirigidas pelo PT, como a CUT, e também a CTB e UNE, dirigidas pelo PCdoB, que rompam a sua cruel paralisia a serviço da conciliação do PT, e construa um plano de lutas que possa combater a extrema-direita na luta de classes




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