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UNICAMP | CAD-Unicamp aprova o Ponto Eletrônico. É urgente organizar a luta dos trabalhadores

Foi aprovado na CAD (Câmara de Administração) da Unicamp um duro ataque aos servidores da universidade, a adoção do ponto eletrônico que visa aumentar o controle e a vigília sobre os trabalhadores. No mesmo momento, acontecia um ato em frente a reitoria com quase 1000 pessoas entre estudantes e trabalhadores, rechaçando não somente o ponto eletrônico, mas gritando fortemente por Cleide Presente, trabalhadora terceirizada que morreu no bandejão de Limeira, e contra os ataques da extrema direita.

quarta-feira 5 de outubro de 2022 | Edição do dia

Após as eleições no último final de semana (02), em que vimos a consolidação e moralização da extrema direita com a maior bancada no congresso e a eleição de diversos senadores apoiadores de Bolsonaro e defensores dos ataques contra os trabalhadores, com inclusive a possibilidade da vitória de Tarcísio de Freitas ao governo de SP, aliado de Bolsonaro e que assim como ele odeia os servidores públicos, viemos nos mobilizando diante de diversos ataques na universidade.

A começar com o aprofundamento da terceirização do bandejão, em que ganhou uma empresa acusada de servircomida estragada em presídios no RJ, e que em pouco tempo já conta com diversas denúncias de assédio moral por parte da chefia, redução do salário, do vale alimentação e do aumento da carga de trabalho. Não bastasse isso, assistimos na última semana a morte de uma trabalhadora do bandejão de Limeira, Cleide Aparecida Lopes, que teve um mal súbito durante o trabalho e suas colegas tiveram de continuar trabalhando normalmente sob mando da chefia responsável.

Além da brutal morte da Cleide, que comoveu a comunidade acadêmica, e os escândalos de assédio envolvendo a terceirização do bandejão assistimos ao claro projeto por parte da reitoria do Tom Zé de avançar na precarização do trabalho dentro da universidade. Além do bandejão, a superintendência do HC contratou a Deloitte para fazer uma consultoria interna em todo o hospital “propondo melhorias nos processos”, contudo no próprio site da empresa eles reforçam slogans defendendo a terceirização e a privatização de serviços essenciais para a população.

Parte do projeto nefasto da reitoria de Tom Zé está agora a aprovação e implementação do ponto eletrônico para os servidores técnico-administrativos como forma de controlar cada vez mais o serviço aumentando a carga de trabalho. Em um contexto que há déficit de funcionários e o salário acumula perdas inflacionárias de mais de 20%.

Foi aprovado na CAD com a benção do reitor e o voto de diversos professores, a implementação do ponto eletrônico sem nenhum prévio debate com os próprios servidores técnicos-administrativos, o que desmistifica qualquer cara democrática que o reitor diz ter, e também nos leva a questionar a estrutura de poder dentro da universidade, como o Consu em que os trabalhadores e estudantes tem apenas 30% de poder de voto enquanto os professores tem 70% e nem direito de representação tem os terceirizados. O ponto eletrônico se soma então aos diversos ataques que vêm implementando a reitoria, com o aprofundamento da terceirização em serviços essenciais como a alimentação e na saúde, e o próprio arrocho salarial.

Os ataques aqui dentro da universidade, somado a conjuntura política de fortalecimento da extrema direita torna mais do que urgente organizar nossa luta. E torna necessário mais ainda vincular o combate ao ponto eletrônico e a precarização do trabalho, aos ataques que a extrema direita visa implementar. Isso só pode ser feito, fortalecendo a união entre trabalhadores efetivos e terceirizados, entendendo como uma só luta, e também da união da juventude com o conjunto dos trabalhadores e a população. Uma aliança da nossa classe, sem aliança com setores da burguesia como faz hoje o PT, que se alia com empresários e políticos da direita, que também querem descarregar a crise capitalista em nossas costas. Ao contrário do que é propagandeado essa aliança só diminui nossa força contra a extrema direita, ao contrário alimenta ela com amplas concessões. Nada mais forte do que unir a classe trabalhadora, contra a divisão que tentam nos impor, com a juventude para um efetivo combate aos ataques e a extrema direita.




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