Como já denunciamos neste diário, as aulas presenciais retornaram no município de Campinas no dia 26 de abril. Desde então têm sido diárias novas contaminações e a prefeitura continua afirmando ser seguro o retorno. De uma semana para outra o número de contaminados mais que dobrou.
quarta-feira 12 de maio de 2021 | Edição do dia
Foto: Agência Brasil
A situação da pandemia na cidade ainda é grave. Diferente do clima de melhora que a mídia e a prefeitura tentam transmitir, o risco de um aumento de casos e de lotação no sistema de saúde ainda é alto. No dia 11 de maio, por exemplo, o SUS municipal contava apenas com 1 leito de UTI disponível. O número de contaminação na cidade se aproxima dos 100 mil e o boletim municipal registrou no mesmo dia 35 mortes.
A rede estadual de Educação na cidade, já retornou em ritmo intenso, com muitas escolas tendo casos de contaminação e suspendendo as aulas presenciais devido a casos positivos de contaminação. Como é o caso da escola Orlando Signorelli na região dos DICs.
A insistência do prefeito Dário Saadi em reabrir as escolas acompanha um tipo particular de discurso negacionista: a ideia de que a escola é um ambiente controlado e seguro. Rossieli Soares, secretário de Educação do Estado de São Paulo, tem sido porta-voz dessa narrativa. Ele chegou a negar pesquisas, como o estudo realizado por profissionais da USP, UNIFESP e Instituto Federal (veja aqui), que mostram que o risco de contaminação entre professores é bem maior quando trabalhando presencialmente.
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Nós do Esquerda Diário nos posicionamos contra a imposição da reabertura insegura das escolas imposta a comunidade escolar e aos profissionais da educação. Denunciamos também que além do reacionário Bolsonaro, os políticos das mais variadas estirpes, flertam e difundem o negacionismo quando se trata de impor o retorno das aulas presenciais ou manter os transportes públicos superlotados.
Em um momento em que a média de óbitos ainda ultrapassa 2 mil mortes diárias é fundamental que sejam os profissionais da saúde, educação e a comunidade escolar que decidam sobre o retorno. Além de defendermos uma campanha universal de vacinação, consideramos urgente construir comissões sanitárias de averiguação e monitoramento em cada Unidade Escolar para revelar (e combater) os riscos que políticos como Dário Saadi, Dória, Rossieli ou Bolsonaro nos impõem.