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Greve da Educação em MG | Chamado ao DCE, entidades e estudantes da UFMG a construir o ato unificado das greves amanhã

Essa segunda, dia 28 de março, é um dia muito aguardado para es alunes da UFMG: depois de dois anos de pandemia a universidade vai voltar a funcionar com aulas 100% presenciais. Mas nesse mesmo dia também acontecerá um ato unificado das greves da educação estadual, municipal e do metrô de BH. Nesse texto queremos fazer um chamado ao DCE, às entidades e todes estudantes da UFMG para cercarmos de solidariedade esses trabalhadores em greve e estarmos de corpo presente em suas mobilizações, pois a luta deles também é nossa, e apenas a nossa unidade pode garantir o direito ao futuro que queremos construir.

domingo 27 de março de 2022 | Edição do dia

IMAGEM: Reprodução/ Esquerda Diário

Voltar ou estar na UFMG pela primeira vez é algo que muites estudantes anseiam, por isso, a semana de recepção des ingressantes, que começa nesta segunda (28), é ansiosamente aguardada. Entrar na universidade pública é sempre motivo de expectativas e sonhos, ainda mais agora depois de tanto tempo sem os espaços presenciais. No Brasil de Bolsonaro-Mourão e do regime do golpe institucional a partir de 2016 que tão duramente atacou a educação e nossos direitos em tantas áreas, esse também é um momento muito importante de transformação nas vidas e ideias. Alguns vão pela primeira vez sair da casa dos pais, outres pela primeira vez entram em contato com muitas discussões que nunca tiveram oportunidade de desenvolver. É claro que as novas gerações já carregam muitos debates, somos a juventude que não abaixa a cabeça para racistas, machistas e lgbtfóbicos, a juventude que desde muito nova sabe que a extrema direita quer retirar nosso direito ao futuro, e por isso odiamos Bolsonaro, o obscurantismo e a violência estatal e policial contra nossos corpos.

E justamente por isso, é extremamente potente se, quando entramos ou retornamos para a UFMG, nos deparamos com a possibilidade de estarmos lado a lado de lutas que são em defesa da educação pública, pelo direito à cidade, contra a repressão policial e os governos que jogam todo o custo da crise capitalista em nossas costas. Minas Gerais está permeada de greves que, diante da piora nas condições de vida, do aumento no preço dos alimentos, do gás e dos combustíveis, mostram a disposição dos trabalhadores para conquistar com sua mobilização a mais que justa recomposição dos seus salários e a garantia de direitos básicos. Nós da Faísca Revolucionária, que estamos construindo um apoio e solidariedade ativa a esses processos desde seu início, podemos dizer que esse é o sentimento que atravessa a greve dos professores e trabalhadores da rede estadual de educação contra o governador Romeu Zema (Novo), assim como os da rede municipal de BH, que estão em greve contra o prefeito Alexandre Kalil (PSD) e foram brutalmente reprimidos pela guarda civil na última sexta (25), além dos metroviários da CBTU, que entraram em greve contra a tentativa de privatização e precarização do transporte pelo governo Bolsonaro-Mourão e Zema.Além dessas categorias, também estão em greve os professores da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e as trabalhadoras da saúde da FHEMIG começam greve no próximo dia 4.

Ou seja, o momento da entrada na UFMG de milhares de estudantes será ao mesmo tempo que importantes categorias de trabalhadores estão em luta nas ruas de BH. Fortalecer e nos unificar a essas mobilizações significa mostrar a todos esses governos que nos atacam que não seremos a juventude que aceita migalhas de um futuro em crise, guerras e colapso ambiental. Queremos tomar o céu de assalto junto aos trabalhadores que todos os dias movem as escolas, o metrô, os hospitais e todo o mundo para construir a nossa resposta de um futuro livre de toda exploração e opressão. A vitória dos trabalhadores também é uma vitória nossa. Queremos nossa universidade ligada e a serviço dos trabalhadores e seus filhos que hoje são barrados de entrar no ensino superior público. Se esses trabalhadores conquistam suas demandas, na UFMG nos fortalecemos também para garantir a permanência plena para todes que estão com imensas dificuldades de conseguir moradia e sustento para estudar, além do reajuste das nossas bolsas estudantis que estão há 8 anos sem aumento enquanto tudo fica mais caro.

É nesse sentido que propusemos há mais de duas semanas que o DCE da UFMG, a entidade que representa todes estudantes da universidade e dirigido principalmente pela organização de juventude Afronte/PSOL, colocasse como parte da recepção a construção de uma forte campanha de solidariedade às greves em curso. Fazemos agora, novamente, o chamado para que o DCE e as entidades estudantis da UFMG convoquem e construam entre es estudantes o ato unificado dos educadores da rede estadual de MG, da rede municipal de BH e dos metroviários, que acontecerá nessa segunda dia 28 de março, às 9h na Praça 7.

Esse é o primeiro dia da nossa recepção des ingressantes, sabemos que muites querem participar das atividades programadas pois estão cheios de dúvidas e com vontade de viver intensamente a UFMG. Mas temos certeza que essa experiência na universidade pode ser ainda mais profunda se fizermos vivo o canto dos educadores de que “Hoje a aula é na rua!”, colocando todas nossas forças para esse chamado. Uma campanha unificada do movimento estudantil poderia inclusive obrigar a Reitoria a mudar o horário da apresentação institucional de alguns cursos que está programada para o mesmo horário do ato, para que es estudantes pudessem sem prejuízo de acompanhar a programação da recepção, estarem presentes nessa manifestação juntes aos trabalhadores. Ou, no mínimo, que depois da apresentação institucional, às 10h, a Reitoria da UFMG disponibilizasse ônibus para garantir o transporte gratuito de todes que quisessem ir até a manifestação. Sabendo que a Reitoria diversas vezes se posiciona arbitrariamente em relação às demandas estudantis e estamos há menos de 24h da manifestação, devemos articular com nossas próprias forças, com a contribuição do DCE e entidades, a garantia de que tode estudante que queira ir ao ato e não tenha dinheiro para o transporte possa contar com auxílio financeiro para isso.

Desde a Faísca Revolucionária fazemos esse chamado ao DCE, DAs e CAs da UFMG e a todos os movimentos de juventude que atuam em nossa universidade porque sabemos que uma campanha em comum com essa perspectiva poderia ser um enorme ponto de apoio para essas lutas, que vem se enfrentando com a intransigência e repressão de Kalil, Zema e Bolsonaro. Construamos em unidade uma forte campanha na UFMG de apoio às greves em Minas Gerais em defesa da educação e do transporte públicos de qualidade!




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