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Separação da Igreja e do Estado já! | Com Bolsonaro vomitando machismo, Marcha para Jesus recebeu R$ 1,7 milhão em emendas

Evento promovido pelas reacionárias cúpulas das Igrejas Evangélicas recebeu investimentos milionários de emendas de vereadores de São Paulo para que políticos de extrema-direita vomitem machismo e façam palanque eleitoral para mais ataques à classe trabalhadora, negros, mulheres e LGBTQIAP+

Rosa Linh Estudante de Ciências Sociais na UnB

sábado 9 de julho de 2022 | Edição do dia

Segundo a Folha de São Paulo, a Marcha para Jesus recebeu R$ 1,7 milhão em emendas de vereadores paulistanos para sua edição de 2022. João Jorge (PSDB) destinou R$ 1 milhão, e o Missionário José Olímpio (PL), R$ 710 mil. Todo esse dinheiro público tirado do contribuinte, das trabalhadoras e trabalhadores, que poderia estar sendo investido em saúde, educação, prevenção à violência contra a mulher e as LGBTQIAP+, tudo vai direto para o bolso das Igrejas e para o palanque eleitoral reacionário da extrema-direita.

Curiosamente, essa modalidade de pagamento de eventos públicos por meio de emendas foi questionada por bolsonaristas nas redes na apresentação de Daniela Mercury no evento de 1º de Maio das centrais sindicais, que contou com a presença de Lula, e que foi financiada dessa forma. Dois pesos, duas medidas.

Mais uma vez, a dupla moral da classe dominante se revela com clareza: pregam a castidade, a moral “tradicional” para os outros, mas quando o assunto é sua própria moral, não perdem a oportunidade de se envolverem em esquemas corruptos, só lembrar do Orçamento Secreto e as rachadinhas. E é assim que o sistema capitalista opera, na base da exploração e opressão de milhões, enquanto meia-dúzia de políticos recebem gigantescos privilégios para passar os ataques contra os direitos trabalhistas e da juventude.

Enquanto recebe a mamata de parlamentares, o genocida misógino Bolsonaro subiu no trio elétrico da Marcha para Jesus dizendo: "Somos contra o aborto, contra a ideologia de gênero, contra a liberação das drogas e somos defensores da família brasileira". Ou seja, Bolsonaro e as cúpulas das igrejas evangélicas querem continuar a cruzada machista pelo controle do corpo das mulheres pelo Estado, que mata milhares de jovens trabalhadoras negras nas periferias; promover a violência de gênero e LGBTfóbica exaltando a família patriarcal, a repressão sexual e proibindo a educação sexual científica e laica nas escolas; continuar a guerra racista às drogas, que na realidade é dar carta branca para as chacinas policias contra a juventude negra.

Além disso, berrou de que se tratava de uma “guerra do bem contra o mal", dizendo a sua base sobre um suposto risco de o Brasil virar uma nação socialista: "Que nosso povo não experimente as dores do socialismo". Isso na verdade é o temor que Bolsonaro tem das revoltas operárias e populares que sacodem a América Latina e várias regiões do mundo com as greves na Inglaterra, Bélgica e França, a rebelião no Sri Lanka e a onda de sindicalização nos EUA.

O medo da revolta da classe trabalhadora e dos oprimidos amedronta o conjunto da classe dominante diante da situação intensa de carestia de vida provocada pela catástrofe do governo Bolsonaro e a guerra na Ucrânia. Por isso, é preciso construir uma alternativa anticapitalista e revolucionária que aposte na unidade dos trabalhadores, mulheres, negros, LGBTQIAP+ e juventude, defendendo, entre outras coisas, uma Assembleia Constituinte livre e soberana imposta pela luta para conquistar o direito ao aborto legal, seguro e gratuito; acabar com os privilégios do executivo, judiciário, militares e desses políticos reacionários, e que todos ganhem como uma professora; separar a Igreja do Estado, entre outas coisas. Para isso, não podemos confiar na conciliação de classe de Lula/Alckmin que levou ao poder as Igrejas Evangélicas e abriu passagem à essa direita asquerosa e sim na força das e dos trabalhadores auto-organizados, no sentido de que sejam os capitalistas quem paguem pela crise.




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