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Permanência estudantil | Diante do despejo de moradores do Crusp, o DCE da USP precisa chamar uma Assembleia Geral

A reitoria deixou mais uma vez bem claro seu caráter elistista e racista ao atacar brutalmente a permanência estudantil, decretando despejo de moradores do bloco D do Crusp, ao anunciar uma reforma do bloco D. É urgente que o DCE da USP construa uma assembleia geral dos estudantes para nos organizarmos diante deste ataque. Mexeu com um, mexeu com todes!

sexta-feira 30 de julho de 2021 | Edição do dia

Nesta semana, os estudantes moradores do Conjunto Residencial da USP (CRUSP) foram surpreendidos com um e-mail que comunicava que teriam até o dia 15 de agosto para desocupar o bloco D por completo no meio da pandemia.

Esse completo absurdo de despejar estudantes que necessitam de auxílio moradia, é responsabilidade da reitoria que anunciou tal medida sem aviso prévio sob a justificativa de que irá realizar uma suposta reforma no bloco, processo que não contará com participação dos próprios moradores que sofrem todos os dias com a precariedade da moradia estudantil, como falta de água, infiltração de esgoto, falta de energia elétrica, dentre outros problemas estruturais que escancaram o abandono por parte da reitoria aos estudantes que necessitam de permanência.

Enquanto isso, a reitoria se mantém calada sobre os blocos K e L que há anos está inutilizado por completo, quando deveriam estar sendo usados para moradia e ampliação das vagas.

Dezenas de estudantes terão menos de 20 dias para sair de suas casas, sem nenhuma garantia de que poderão retornar no prazo de 1 ano dado pelo anúncio. Diante dessa situação absurda de não ter casa em meio à pandemia, a Superintendência de Assistência Social (SAS), informou duas opções aos estudantes: aceitar um auxílio moradia completamente irrisório de R$500,00 para sobreviver em uma das cidades mais caras do mundo; ou se realocar nas vagas já completamente ausentes dos demais blocos da moradia estudantil da USP.

O que está acontecendo é um ataque à permanência estudantil, escancarando não só o abandono, mas o ódio que a reitoria tem aos estudantes pobres. Nesse ano já vimos bolsas permanência atrasarem e deixarem centenas de estudantes sem renda.

Não é de hoje que a reitoria demonstra seu caráter elitista e racista. Não só com os ataques à permanência estudantil, mas também com os trabalhadores da Universidade, ao cortar contrato com empresas terceirizadas que atuam na USP, ocasionando, em meio à pandemia, demissões de dezenas de trabalhadores terceirizados, em sua maioria mulheres e negros, que ficaram sem renda para colocar comida na mesa. Ou mesmo no começo deste ano, quando a reitoria pediu reintegração de posse do terreno do Buracanã, na São Remo, querendo deixar centenas de famílias sem ter onde morar.

Diante disso é urgente que o DCE Livre da USP, dirigido pela juventude do PT, UJS e Levante Popular da Juventude, convoquem uma Assembleia Geral dos Estudantes, para discutir esse ataque que despeja dezenas de estudantes de suas casas. O ataque à permanência estudantil é um ataque a todos os estudantes da USP e precisamos de um espaço de debate para deliberar democraticamente o que fazer diante disso, exigindo da reitoria condições dignas de moradia para os estudantes moradores do Crusp e do Bloco D, que devem ser parte de definir os rumos da reforma de suas próprias casas.

Chamamos todos os estudantes, assim como todos os centros acadêmicos, coletivos, movimentos políticos e sociais que atuam na USP e dirigem entidades como o PSOL, PCB, UP, PSTU, dentre outros, a encamparem essa defesa da permanência e da moradia para os estudantes do Bloco D do Crusp, assim como a importância de que seja construída essa assembleia geral para não deixarmos esse ataque passar, para nos organizarmos e mostrar para a reitoria elitista e racista que mexeu com os moradores do Crusp, mexeu com todos!

Veja mais: Sintusp e entidades apoiam os estudantes do CRUSP contra despejo anunciado pela Reitoria




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