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MOBILIZACÃO METRÔ-SP | Doria quer despejar o Sindicato dos Metroviários! É preciso barrar com a mobilização!

Foi encaminhado no último dia 27/04 uma carta de despejo da sua sede histórica ao Sindicato dos Metroviários de SP, um claro ataque anti-sindical à organização dos trabalhadores. É preciso barrar com a força da mobilização!

segunda-feira 3 de maio de 2021 | Edição do dia

Foto: REUTERS/Chico Ferreira (2014)

No dia 27/04 o metrô de São Paulo, encaminhou uma carta de despejo, em um claro ataque anti-sindical contra o Sindicato dos Metroviários, determinando que se retire em 60 dias do local onde há décadas tem sua sede e a área de lazer. Não é nenhuma coincidência que justamente em meio às tentativas de negociação da categoria com a empresa, em que Doria e o Metrô querem acabar com os direitos dos metroviários venha essa tentativa de acabar com as condições de existência do sindicato, e portanto de organização dos trabalhadores para defesa de seus direitos e do transporte público para a população.

Metrô e governo do Estado buscam numa tacada só retirar a maioria dos direitos conquistados da categoria metroviária e nosso instrumento de organização justamente em meio a pandemia que ceifou mais de 400 mil vidas no país, enquanto os metroviários têm sido linha de frente ao transportarem em trens e estações lotadas trabalhadores essenciais e aqueles que não podem gozar de quarentena são obrigados a colocar suas vidas em risco para levarem sustento a suas famílias. Isso é parte dos planos dos representantes da burguesia como João Dória: enfraquecer os sindicatos, diminuir nossa capacidade de resistir e contra atacar, para estarem em melhores condições de atacar.

Nos últimos anos, a categoria tem sofrido ofensivas permanentes de ataques por parte da empresa, que ao não consegui-los impor em bloco nos últimos dissídios coletivos, vem atacando a conta-gotas, área por área.

O secretário de transportes metropolitanos do Estado, Alexandre Baldy, depois de fornecer vacina para somente parte da categoria tem feito demagogia com o desemprego e a fome de milhares de famílias pobres, dizendo que os metroviários não poderiam reivindicar seus direitos nesse momento em que o povo está sofrendo bem mais do que nós. O que o secretário omite é a responsabilidade de seu chefe João Dória, que apesar da verborragia de "salvar vidas", tem tratado a pandemia no Estado de maneira desastrosa, sem auxílio algum para os desempregados e pobres, sem auxílio emergencial ou garantia de emprego, sem testes massivos, sem vacina para todos - em nome dos lucros das farmacêuticas que ganham com suas patentes em meio à escassez - conduzindo uma abertura insegura do comércio baseado em dados questionáveis, justamente para satisfazer as grandes patronais dos comércios e serviços.

A escalada da ofensiva do governo Dória e da direção do metrô, que além do magnitude do ataque aos direitos da categoria em reduzir tudo ao que manda a CLT rasgando nosso acordo coletivo, buscando desferir um enorme ataque a nossa entidade e capacidade de organização, deve ser respondido de forma contundente. Se a diretoria do sindicato mantiver a linha de não-mobilização dará tempo ao Metrô organizar e aprofundar sua ofensiva. É preciso uma postura forte da categoria, com assembleias democráticas, setoriais nas áreas para nos organizarmos desde as bases, e construirmos desde já uma greve para o dia 11 de maio, reivindicando vacina para todos os trabalhadores dos transportes e a população e nos solidarizando com os focos de luta em curso no país como as terceirizadas da LG que tem dado exemplos de luta, porque a unidade fortalece a luta de todos os trabalhadores. Este é o único caminho para triunfarmos.

Em relação à sede do nosso sindicato, não podemos abrir mão do nosso direito de nos organizar, pelo qual conquistamos nossos direitos e defendemos o transporte público. Independentemente da possibilidade de que a empresa queira usar isso como moeda de troca, a questão é que é um erro grave querer resolver isso por fora da mobilização, apostando na justiça. Em qualquer caso é preciso responder com a mobilização. É urgente construir uma grande campanha democrática contra esse grave ataque anti-sindical, envolvendo todas as organizações, entidades, mandatos parlamentares etc, que se posicionem pelo direito democrático de organização dos trabalhadores, denunciando fortemente esse ataque e preparando a mobilização da categoria.

As centrais sindicais como CUT e CTB, maioria na diretoria do sindicato dos Metroviários, precisam romper com a paralisia e sua política de aguardar as eleições de 2022 e organizar os milhões de trabalhadores que estão em suas bases nacionalmente, unificando os focos de luta e resistência para fortalecer cada luta e o combate aos ataques dos governos e dos capitalistas.

Veja também: A luta dos trabalhadores do transporte precisa ser por vacina para todos!

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