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USP | É criada frente contra a desvinculação e desmonte do HU

Em reunião, com cerca de 60 pessoas, organizada pelos estudantes da saúde, junto ao coletivo Mosaico-FMUSP, Sintusp, Fórum Popular de Saúde e dce, é criada uma frente contra a desvinculação e desmonte do HU. A ordem do dia é construir uma ampla mobilização com a população usuária, estudantes e trabalhadores, começando com um forte ato no dia 19/04, às 12h em frente ao HU.

Babi DellatorreTrabalhadora do Hospital Universitário da USP, representante dos trabalhadores no Conselho Universitário

Marília LacerdaDiretora de Base do Sindicato dos Trabalhadores da USP-HU

terça-feira 12 de abril de 2016 | Edição do dia

Durante essa tarde aconteceu uma reunião aberta, para discussão em defesa do Hospital Universitário (HU) na Praça Elis Regina, situada no bairro do Butantã, onde passaram mais de 60 pessoas, dentre elas estudantes de medicina, enfermagem, fonoaudiologia, odontologia, saúde pública, letras e também funcionários da Universidade de São Paulo de diversas unidades, incluindo do próprio Hospital e CSEB, diretores de base do Sindicato de trabalhadores da USP (SINTUSP), coletivo Mosaico, Fórum Popular de Saúde e moradores do bairro.

As discussões se encaminharam para o que fazer e como em relação à defesa do HU. Organicamente, como se compõe hoje, ainda que há um setor extremamente exausto com a sobrecarga de trabalho que vem sendo implantada com o desmonte da universidade e que se agravou no último ano com o Plano de Demissão Voluntário (PIDV), que teve grande adesão em toda USP, e que no Hospital, causou a saída de mais de 240 funcionários, diminuindo drasticamente seu quadro funcional, sobrecarregando os que se mantiveram trabalhando. Isso gerou, também, pedidos de demissões posteriores devido esta situação colocada para os que ficaram, acarretando mais sobrecarga.

Com esse desmonte acelerado, o atendimento aos usuários está comprometido. Sem leitos de UTI e isolamento, pacientes com doenças infectocontagiosas ficam junto aos demais no Pronto Socorro, onde a distância entre as macas não respeita as normas de segurança. Com a redução de médicos e trabalhadores da enfermagem, não é possível completar as escalas e o atendimento ambulatorial foi drasticamente reduzido.

Com tudo isso, o ensino para os estudantes da área da saúde também ficou extremamente prejudicado. Os trabalhadores do HU trabalham com pressa para dar conta do número de pacientes e não conseguem cumprir o papel de apoio ao ensino. Estudantes dos diversos cursos de saúde relataram as dificuldades que tem encontrado com a precarização do HU e do Centro de Saúde Escola Butantã e reafirmaram a importância do Hospital Universitário para o ensino generalista da medicina, voltado para estudar e atender os principais problemas da população.

Claudionor Brandão, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP, também esteve presente e disse: "Comecei a nutrir esperança de novo quando eu vi os estudantes se mobilizando em defesa do HU. No sindicato há disposição para discutir essa questão a fundo na categoria. Nós estamos preparando uma greve contra a desvinculação do HU, contra o fechamento das creches, contra o fechamento da Escola de Aplicação, contra a terceirização dos bandejões, o desmonte da prefeitura e a política da reitoria que está preparando as condições de demitir alguns milhares de companheiros e companheiras nossos". Brandão também destacou a importância de unificar todos os setores que estão sendo atacados dentro da universidade para lutarem juntos e completou que “Além das coisas específicas da saúde, há outros problemas como a proposta de contratar professores com baixos salários e com contrato de 2 anos, o fim do regime de dedicação integral à docência e pesquisa (RDIDP). Há potencial de construir algo forte, há potencial dos professores, que estão sendo golpeados, entrar forte nessa briga”.

Veja algumas das resoluções da reunião:

  •  Criação de frente contra desvinculação e desmonte.
  •  Não ao desmonte da universidade pública.
  •  Contratação imediata de trabalhadores para suprir demanda emergencial como previsto no PIDV.
  •  Contra a desvinculação do HU e CSEB, pela valorização do ensino pesquisa e assistência de excelência voltados para o SUS e para a comunidade. Maior democracia nas decisões da reitoria.
  •  Construção de novas UBS e novos hospitais na região para que o HU não fique sobrecarregado e possa se dedicar ao ensino, voltando a sua missão original.
  •  Manutenção dos campos de estágios de qualidade nas UBS mesmo após troca da organização social gestora.
  •  Não a retirada de direitos dos trabalhadores e usuários via terceirização, Organizações Sociais de Saúde, troca-troca das fundações, fechamento de serviços, dupla-porta para convênios.
  •  Construir a luta conjunta de estudantes trabalhadores e usuários.


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