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CRUSP | Estudantes da moradia estudantil da USP estão sem água para viver

Desde o dia 15 de Agosto, a moradia estudantil da Universidade de São Paulo vem sofrendo com a falta de um recurso extremamente básico como a água, se mantendo este problema especialmente no bloco F até este momento.

quinta-feira 8 de setembro de 2022 | Edição do dia

IMAGEM: Jorge Maruta / Jornal da USP

Há semanas os moradores do Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo estão tendo que conviver com a falta de água. Essa situação afeta em especial os moradores do Bloco F, que já estavam tendo que conviver com a falta de água durante a noite, mas nos últimos dias passaram a ficar sem água durante o dia.

Morar no crusp é não saber se vai ter água para tomar um banho decente e nem para dar descarga, é passar a noite sem luz no campus, não poder lavar roupa ou cozinhar. É essa a condição que a reitoria reserva para os estudantes que vivem no CRUSP, essa mesma reitoria que se coloca como democrática, mas que despejou os estudantes do crusp dos Blocos K e L, que não dá bolsas o suficiente para viver dignamente em São Paulo e que deixa o bloco F sem água. Isso demonstra o caráter de classe elitista da universidade, essa política que vem há anos tentando se estabelecer. Não à toa, na mesma semana em que ocorriam mobilizações em defesa dos estudantes que estão tendo de viver sem água, a reitoria promovia um evento denominado “USP Pensa Brasil” que se propôs a colocar a universidade a serviço da sociedade. A contradição está no fato de que a universidade não está por fora deste sistema social de desigualdade, exploração e opressão.

Não nos esqueceremos da política privatista que o PSDB levantou para universidade, precarizando, atacando e reprimindo. Colocou a PM na USP, aprovou os parâmetros de sustentabilidade em 2017 que fez com que em diversos cursos sofressem com a falta de professores, responsável por diversas demissões, que precarizou o hospital universitário e reprimiu estudantes e trabalhadores que diziam não para esse projeto de universidade.

Mas esse legado que a reitoria deixa na universidade tem que ser combustível para que a gente enfrente se organizando nos locais de estudo aliados com os trabalhadores. Porque não acreditamos nesse discurso demagógico da USP se apresentar como um palco de democracia, quando sabemos qual é a democracia que a USP quer, que é essa universidade cada vez mais elitista, que vai defender a classe dominante e formar os dirigentes da burguesia, é a universidade que explora e demite trabalhadores terceirizados, deixa as trabalhadoras do bandejão com lesões seríssimas, fruto do trabalho precarizado, deixa os estudantes do crusp nessa situação absurda e cumpre papel decisivo no desmonte dos cursos das ciências humanas.

Frente a isso é necessário concluir que a única forma de garantir nossas demandas de permanência estudantil é se organizarmos uma luta independente e desde a base dos estudantes em aliança com a classe trabalhadora. Para isso, devemos ver que a reitoria não é nossa aliada. Para conseguirmos de fato organizar uma mobilização independente, precisamos das nossas entidades estudantis. O DCE, maior entidade representativa, tem como responsabilidade organizar os estudantes para debatermos muito claramente quem são nossos inimigos e como enfrentá-los e inclusive conseguir pensar em outro modelo de universidade, gerida por estudantes, trabalhadores e professores e que esteja a serviço da população pobre e da classe trabalhadora. Isso somente pode vir por meio da luta e da nossa organização, em aliança com a classe trabalhadora, que ao se colocar como um sujeito político independente, é a única classe capaz de dar uma resposta de fundo a cada uma das mazelas desse sistema capitalista. É por essa saída que nós da juventude Faísca e do Esquerda Diário batalhamos todos os dias.




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