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Racismo policial | Lorenzo, de 14 anos, é assassinado pela PRF em meio a campanha racista de Bolsonaro

Lorenzo Dias Palinhas, um jovem de 14 anos, que trabalhava como entregador de lanches no Complexo do Chapadão, comunidade do Rio de Janeiro, foi brutalmente assassinado pela Polícia Rodoviária Federal em meio a operação junto a Polícia Civil

sábado 29 de outubro de 2022 | Edição do dia

Ele estudava no 7º ano do ensino fundamental, na Escola Municipal Comandante Arnaldo Varella. Segundo sua mãe, ele estava próximo do local onde moram, voltando para casa depois de deixar a mochila de entrega na lanchonete.

À ONG Rio de Paz, Fernando Francisco, 55 anos, avô de Lorenzo e vigilante, relatou a cena do assassinato:


"Um dos policiais abordou ele (Lorenzo), revistou ele e mandou subir na moto. Quando ele subiu, ele (policial) alvejou ele na cabeça. Eles estão dizendo que meu neto foi alvejado por bala perdida e, na verdade, ele foi assassinado. Essa é a verdade. Mataram o meu neto"
, diz o avô.


"Ele era doce, trabalhava e ajudava a mãe em casa. Era um amor de criança, ele não tinha envolvimento algum com o tráfico, nem sabia pegar em arma",
conta uma amiga da mãe de Lorenzo, muito emocionada.

Após sua morte, dezenas de moradores realizaram protesto por justiça, fechando as ruas da comunidade. Não é o primeiro jovem morto dessa forma na comunidade. Moradores relatam que outro adolescente de 12 anos, também entregador, foi morto em operação.

A PRF, em entrevista à imprensa, apresentou evidências completamente mentirosas sobre Lorenzo, afirmando que ele atirou contra policiais, algo que não foi confirmado por qualquer registro da cena. Se tratou claramente de mais uma ação abertamente racista por parte da mesma PRF que assassinou Genivaldo no Sergipe esse ano usando uma câmara de gás no porta-malas, simplesmente por estar sem capacete.

O discurso da PRF se apoia no que tem de mais asqueroso da campanha de Bolsonaro à reeleição, que no primeiro debate realizado na TV Globo nesse segundo turno, afirmou que nas comunidades e favelas só tem bandido. Na morte de Genivaldo, defendendo a ação da PRF, chamou Genivaldo de marginal. Bolsonaro é não apenas cúmplice, mas responsável direto por esse tipo de assassinato racista, já que a PRF é de responsabilidade de seu governo. Mas também por toda a sua política que prega a violência contra a juventude negra, sobretudo nas comunidades e favelas, em nome da falsa guerra às drogas, que significa legitimar esse tipo de operação contra o povo negro e pobre. Foi no seu governo que Agatha, João Pedro, e tantas outras crianças como Lorenzo foram vítimas da sua política.

É nítida a diferença de como a Polícia Federal trata os negros e pobres no Brasil quando vemos o aliado de Bolsonaro, Roberto Jefferson, sendo recebido com simpatia e até mesmo risadas por parte dessa polícia quando foi preso depois de atirar e jogar bomba contra seus agentes, resistindo a um mandado de prisão dando incentivo a ações golpistas.

Essa é a polícia no Brasil que mata preto e pobre todo dia, seja ela civil, militar ou federal. Querem conter com sangue o ódio do povo negro contra a exploração opressão histórica da burguesia brasileira, nascida na casa grande, e que sempre o que mais temeu foram as fugas, revoltas e greves. Somente uma investigação independente poderá impor justiça para Lorenzo, assim como Genivaldo e cada jovem negro, bem como para Marielle e Anderson, abrindo caminho, por meio da auto-organização dos trabalhadores e do povo negro, de uma verdadeira luta pelo fim de toda opressão ao povo negro no Brasil.

Assim como batalhar pela legalização das drogas como parte de impulsionar o combate ao Estado lutando contra a repressão, com a produção, fiscalização, controle de qualidade e distribuição estatizadas sob gestão operária e controle popular. Um programa fundamental para ser imposto pela mobilização contra o genocídio da população negra maquiada de "guerra às drogas". E que portanto é um programa para batalhar por uma alternativa independente do PT, que nessas eleições faz campanha contra legalização das drogas, assim como negou esse direito nos seus anos de governo, fortalecendo as UPPs e mandando o exército massacrar o povo haitiano.

Nos inspiremos na luta do Black Lives Matter nos EUA contra o assassinato de George Floyd para levantar uma verdadeira maré de luta negra e trabalhadora contra o genocídio diário do povo negro e demais povos oprimidos e explorados em território brasileiro, rumo a uma sociedade livre de toda opressão e exploração!




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