Assembleia UNB | Luiza: “Como vamos conquistar a não anistia? Com a nossa mobilização independente dos governos”

“Bom, como todos já disseram, é importante um profundo repúdio a essas ações golpistas e asquerosas que a gente teve que ver na esplanada neste domingo.
Ações que mostram que essa extrema direita segue ativa, ela não foi derrotada nas eleições como viemos dizendo. Ações essas que tiveram conivência da polícia e governo distrital do bolsonarista Ibaneis Rocha, mas também de Celina Leão. Precisamos pensar em como a gente pode responder a essas ações reacionárias. Entendemos que a medida para poder responder a essa ação golpista é confiar apenas na nossa mobilização independente. Nossa mobilização que vai junto com a dos trabalhadores, dos estudantes, das LGBTs, dos negros, esses que fazem esse país rodar todos os dias. Não podemos confiar em medidas que fortaleçam esse Estado, como, por exemplo, mais policiais ou uma intervenção estatal, que no fim das contas são um tiro no nosso próprio pé.

Gente, 2018, Temer golpista fez uma intervenção federal no RJ, no que isso resultou? Morte da Marielle! que por sinal segue em aberto, várias pessoas da juventude negra, e da periferia que foram assassinadas. Em 2017 a gente viu uma greve geral dos trabalhadores contra a reforma trabalhista ali na Esplanada que também foi respondida como? Mais repressão policial, bombas e tiro. A gente não pode aceitar isso, e é por isso que essas medidas que fortalecem as instituições do estado não podemos confiar, e apenas na nossa mobilização independente, e é por isso que eu queria aqui saudar também a luta dos entregadores que tão com uma paralisação marcada pro dia 25. Esse é o caminho. É a luta desses trabalhadores que mostra como vamos combater cada ataque, cada reforma, cada privatização, cada corte da educação que tentam lançar em nossas costas essa crise que os capitalistas criaram. É nessa força que temos que confiar, e não em alianças com a burguesia, alianças com a direita, como vem fazendo sistematicamente o governo eleito de Lula-Alckmin. Esse que tá recheado de ministros reacionários ligados à milícia, ministros que ajudaram a eleger o Bolsonaro em 2018, pessoas que apoiaram o golpe de 2016, esse que vieram sistematicamente junto do Bolsonaro aplicando cada ataque contra a gente.

Esse debate do “sem anistia” é tão importante! Mas como vamos conquistar a não anistia? Com a nossa mobilização independente dos governos, com auto organização em cada local de estudos e trabalho, com assembleias para que possamos nos organizar, pensa em como lutar, esse é o legado histórico, esse é o nosso método de luta, a gente precisa de uma paralisação nacional, precisamos fazer greve, mostrar nossa força. Por isso é muito importante a gente sair daqui com uma exigência a UNE e as centrais sindicais por um plano de luta efetivo, pra gente não fazer só uma mobilização, fazer várias e mostrar que a extrema direita não tem vez.

A juventude nunca baixou a cabeça, a juventude da UNB ta sendo linha de frente na luta pelo país, nunca baixou a cabeça nem pra ditadura que teve aqui na nossa universidade, que assassinou estudantes, e que foi anistiada. Pra gente garantirmos a não anistia para esses golpistas e acabar com todo seu legado, acabar com a reforma trabalhista e da previdência só com a nossa mobilização. E é por isso que a gente não pode fazer como setores da burocracia do PT e do PCdoB que dizem que a mobilização dos entregadores vai fortalecer a extrema direita. Não! É ela que mostra o caminho O que fortalece a extrema direita são as alianças com a direita. Então, eu queria finalizar propondo um apoio dos estudantes da UnB a paralisação dos entregadores de app no dia 25 e também com a exigência de um plano de lutas às centrais estudantis e sindicais pra gente seguir a mobilização”.