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UFRGS | "Nos tratam como invisíveis", relato de trabalhadora da UFRGS sobre a terceirização

Recebemos o relato de uma trabalhadora terceirizada sobre a precarização do trabalho na UFRGS, acentuada pela sobrecarga de trabalho na volta presencial das aulas na universidade. Nós da Faísca Revolucionária impulsionamos uma campanha contra a precarização do trabalho nos RUs (Restaurante Universitário), defendendo a efetivação imediata de todos os terceirizados sem necessidade de concurso e mais contratações, combatendo a sobrecarga de trabalho e permitindo que todas e todos possam comer.

segunda-feira 11 de julho de 2022 | Edição do dia

A situação dos trabalhadores dos RUs da UFRGS hoje é absurda. As aulas presenciais voltaram, a demanda dos RUs aumentaram, porém a reitoria interventora de Bulhões mantém um quadro de funcionários muito abaixo do necessário, jogando nas costas desses trabalhadores o preço dos cortes de Bolsonaro na universidade. Durante a pandemia, Bulhões e a burocracia universitária do Conselho Universitário (CONSUN) demitiu boa parte desses trabalhadores que, mesmo recebendo um salário defasado e sem direitos trabalhistas, durante toda a pandemia mantiveram a universidade funcionando.

Veja o relato recebido pela Faísca Revolucionária (@faisca.ufrgs) de uma trabalhadora terceirizada:

"Por uma UFRGS que trate os terceirizados como merecemos, pois fomos nós que mantivemos ela funcionando durante a pandemia, e nos tratam como invisíveis."

As enormes filas de mais de 1 hora que podem ser vistas ao meio dia, seja no Centro ou no Vale, são o resultado da política da reitoria de despejar os cortes bilionários de Bolsonaro nas costas dos trabalhadores terceirizados da UFRGS, afetando também os cotistas e demais estudantes que necessitam dos RUs para poder se alimentar e estudar. Assim, Bulhões tenta jogar os estudantes que precisam comer contra os trabalhadores sobrecarregados. Mas a saída está na unidade entre estudantes e trabalhadores para enfrentar a precarização do trabalho, os cortes na educação e lutar pela efetivação de todos terceirizados sem necessidade de concurso. O nosso inimigo é o mesmo!

Veja o restante do relato:

"O que eu quero que mude mesmo é a atitude dos estudantes, sei que não são todos, mas nos tratam como se não fossemos nada, chegam e querem as coisas de uma hora pra outra e nem bom dia dão, não usam a máscara como sempre exigimos e ainda nos xingam se seguimos as normas dos prédios como se eles por estarem estudando em uma universidade de renome como a UFRGS fossem melhores que nós."

A terceirização, que também é chamada de "escravidão moderna", é um ataque brutal contra os trabalhadores, precariza o trabalho e arranca direitos. Hoje, cada vez mais a terceirização tem rosto de um batalhão de mulheres negras e de uma juventude negra precarizada que nunca teve acesso à universidade. Os ataques da reitoria contra os terceirizados escancaram ainda mais o caráter racista dessa reitoria, que só pode ser enfrentado com nossa organização.

A reitoria da UFRGS lava suas mãos diante da precariedade do RU - que além de filas gigantescas, falta de comida e sobrecarga de trabalho aos terceirizados, já contou também com comida podre - e joga toda responsabilidade para a atual empresa que gerencia o serviço dos RUs. Em nota, a PRAE anunciou já ter enviado as reclamações para a empresa, tentando lavar as mãos da UFRGS, como se a Universidade não fosse responsável pela situação dos trabalhadores que garantem o funcionamento dos Restaurantes Universitários e também pela comida que é servida aos estudantes e funcionários. Não nos enganamos: a reitoria e o CONSUN da UFRGS são coniventes com a terceirização dentro de nossa universidade e tanto a empresa quanto a UFRGS são responsáveis por toda essa situação de precarização. Uma resposta contundente a essa precarização só será respondida através da unidade entre os estudantes e os trabalhadores.

Participe dessa campanha com a Faísca. Envie sua denúncia ao Esquerda Diário e compartilhe essa denúncia com seus colegas.




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