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Capitalismo | Petrobras distribui água suja aos trabalhadores enquanto paga 217 bilhões para acionistas

Desde setembro de 2022 a Petrobras vem distribuindo “água potável imprópria para o consumo” na maior refinaria do país, enquanto isso pagou 217 bilhões em dividendos para seus acionistas em 2022.

domingo 8 de janeiro de 2023 | Edição do dia

A sede de lucro dos acionistas da Petrobras não poupa nem a água da Refinaria de Paulínia, no interior de São Paulo. A maior refinaria da América Latina convive desde setembro com um problema no sistema de abastecimento de água que acarreta no não tratamento correto da água para abastecimento dos funcionários e para locais de emergência, por exemplo no tratamento de eventuais queimaduras.

Cinicamente a gerência afixou o aviso de “água potável imprópria para consumo” para avisar seus funcionários que a água marrom que sai das torneiras não pode ser ingerida.

Enquanto a Petrobras distribui “água potável imprópria” ela também distribuiu 217 bilhões de reais para seus acionistas, um verdadeiro escândalo, ainda mais considerando que a Agência Nacional de Águas estima em 145 bilhões de reais o custo para universalizar a coleta e tratamento de esgoto no Brasil, ou seja, só em 2022 a Petrobras pagou de lucro o suficiente para resolver todo o problema de qualidade de água no país!

A saída de Bolsonaro, Guedes e entreguistas de primeira linha é a desmoralização de um projeto que pretendia entregar todos nossos recursos aos capitalistas, nacionais e estrangeiros, mas o projeto proposto por Lula-Alckmin não reverterá o estrago já feito. A indicação de Jean Paul Prates para direção da estatal indica que haverá uma mudança nos rumos da empresa, mas sem nenhum compromisso em reversão das privatizações e submissão aos acionistas. A própria Associação dos Engenheiros da Petrobras denunciou o papel nefasto que Paul Prates teve na privatização da estatal e entrega de nossos recursos para acionistas, brasileiros e estrangeiros.

É inadmissível que uma empresa que, sozinha, tem capacidade de consertar o saneamento básico brasileiro, sirva água imprópria para seus trabalhadores. Somente a ampla unidade dos trabalhadores e setores oprimidos poderá garantir que nossos recursos parem de ser entregues para acionistas e que os sistemas de água e esgoto sejam dignos para todos os trabalhadores do país. Para isso é necessário que as grandes centrais sindicais do país, como a CUT, e entidades de massa, como a UNE, preparem um plano de luta no lugar de construir a passividade em prol da frente ampla. Nossa luta precisa começar por revogar integralmente todas as reformas e ataques que seguirão massacrando a classe trabalhadora e os mais pobres no país, como um primeiro passo na luta por um programa operário e popular de resposta para a crise e para varrer definitivamente o bolsonarismo como força social. Isso só é possível com independência do governo que conta com importantes articuladores das reformas e das privatizações, e que se propõe a governar “para todos”, ou seja, sem enfrentar os grandes empresários.

Com informações do Sindipetro




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