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2 de outubro | Por que CUT e CTB não organizaram servidores para lutar contra a reforma administrativa nos atos do dia 02?

Ao invés de organizar os servidores públicos contra a escandalosa reforma administrativa que está em processo de aprovação, CUT e CTB preferem construir os atos do dia 02 em aliança com partidos de direita, inimigos que na Câmara votam a favor da reforma.

Lara ZaramellaEstudante | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

sexta-feira 1º de outubro de 2021 | Edição do dia

Imagem: Divulgação

Neste sábado acontecerá mais um ato nacional contra o governo Bolsonaro, organizado pelo PT e centrais sindicais como CUT e CTB, por partidos políticos de esquerda como PSOL, PSTU, PCB, e também com adesão de partidos de direita como DEM, MDB, Novo e até mesmo o PSL, antigo partido de Bolsonaro.

Chama atenção não só o absurdo da composição e unidade entre esses partidos, dentre os quais alguns estiveram junto a Bolsonaro e o regime político para aprovar reformas e ataques, mas o fato de que não foi construído amplamente entre os trabalhadores e a juventude, nos locais de trabalho e estudo pelo país, também é algo que salta aos olhos. Sem espaços de discussão e assembleias, as manifestações deste próximo 02 de outubro foram pouco construídas nas bases.

Sendo que motivos para organizar trabalhadores e estudantes não faltam. Inclusive, há exatamente uma semana atrás vimos o avanço da reforma administrativa, que ataca os servidores públicos e também o conjunto da população que depende dos serviços públicos. Isso porque vai destruir a qualidade dos serviços públicos, acabar com a estabilidade facilitando demissões, e ampliar a interferência política nas seleções.

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Estamos diante de um ataque brutal como é a reforma administrativa, que está bem na nossa frente, em que Bolsonaro e o Congresso, incluindo alguns partidos políticos que querem sair nas ruas neste sábado contra o governo federal, estão de mãos dadas ansiosos por aprovar definitivamente este ataque que mantém privilégios aos políticos, juízes e militares a custo da exploração dos trabalhadores, do corte de direitos.

E mesmo assim não vemos as centrais sindicais organizando os milhares de servidores públicos pelo país contra essa reforma, para ocupar os atos do dia 02 de outubro e mostrar a força dessas categorias e de toda a classe trabalhadora, para mostrar que a nossa luta é contra Bolsonaro, Mourão e todos os ataques que eles, junto com todo esse regime político podre defendem e descarregam sobre nossas costas.

Ao invés de organizar os trabalhadores, o PT e PCdoB, que dirigem a CUT e a CTB e tantos sindicatos e entidades estudantis pelo país, preferem se aliar com partidos de direita que agora se pintam de democráticos pra costurar alianças eleitorais em favor de Lula em 2022. Mesmo que esses partidos sejam abertamente nossos inimigos, já que votam e defendem a aprovação da própria reforma administrativa e tantos outros ataques!

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Basta de traição e paralisia! Precisamos de sindicatos que organizem os trabalhadores contra esse governo federal que odeia trabalhador, mulher, negro, indígena, contra todos os ataques que Bolsonaro, Mourão, o STF e o Congresso querem aprovar.

É por isso que nós do Esquerda Diário e do MRT viemos chamando os partidos de esquerda e as entidades como CSP-Conlutas, dirigida pelo PSTU e as Intersindicais, dirigida pelo PSOL, para construir blocos classistas nestes atos do dia 02 de outubro, buscando juntar forças e exigir de maneira unificada que as grandes centrais sindicais como CUT e CTB organizem um verdadeiro plano de lutas por todo o país, por uma paralisação nacional que faça nossos inimigos tremerem, derrotando a reforma administrativa e todos os ataques.




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