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Exclusão na universidade | Reitor interventor está mais uma vez expulsando cotistas da UFRGS

Na esteira da política de expulsões da universidade, acentuada pela reitoria interventora, nomeada pelo governo Bolsonaro, que já expulsou 195 estudantes somente no semestre passado, em acordo com o conselho universitário. No semestre de 2021/2, a história se repete com a expulsão de 6 estudantes do curso de teatro. Até o momento, não temos dados de outros estudantes retirados da universidade. Se você está passando por está situação ou conhece alguém que esteja, entre em contato pelas redes do Esquerda Diário.

sexta-feira 15 de outubro de 2021 | Edição do dia

Foto: Reitoria da UFRGS/ SECOM UFRGS

Durante as últimas semanas, 6 estudantes do curso de Teatro da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) tiveram suas matrículas indeferidas, ou seja, não tiveram seus documentos apresentados validados pela UFRGS. Entre estes estudantes, alguns já estão a mais de 2 anos e meio no curso, e agora terão que correr contra o tempo para apresentar a documentação novamente exigida, mesmo já tendo apresentado os documentos e justificativas necessárias.

Este caso se torna ainda mais absurdo em meio à pandemia, sendo uma clara política de exclusão dos setores mais precarizados da universidade, mas que já vem acontecendo antes mesmo da reitoria interventora de Carlos André Bulhões. Estes casos estão todos ligados a situações de “matrícula precária”, um tipo de matrícula institucionalizada em 2017 pela reitoria de Rui Oppermannn onde a matrícula do aluno fica pendente de avaliação sem prazo de resolução por parte da universidade. Isso permite com que estudantes que já cursam, muitas vezes, há mais de 2 ou 3 anos, ou até mesmo perto das suas datas de formação, sejam simplesmente expulsos da universidade do dia pra noite.

Além dos casos de cotas socioeconômicas, há também casos relacionados as cotas raciais. Estudantes autodeclarados como pardos, mesmo comprovando, de todas as formas, seu direito à vaga, estão sendo indeferidos pela comissão de aferição. Assim como estudantes autodeclarados pretos em situação de vulnerabilidade, que não puderam comparecer ao processo da comissão de aferição, que hoje acontece remotamente, por problemas de falta de luz em casa.

Com o desmonte da universidade e da educação no geral, cada vez mais os representantes do atual governo utilizam dos artifícios à disposição para negar o ensino aos estudantes pobres, negros, indígenas e cotistas. Somente em 2020, 1 a cada 5 estudantes ingressantes estava em matrícula precária, sob risco de perdê-la a qualquer momento.

Durante o momento mais delicado aos estudantes e ao povo, com desdobramentos da crise sanitária que ainda não findaram e com uma crise econômica profunda, a reitoria e o governo apenas enxergam uma oportunidade de acabar com o direito à educação dos pobres, negros e trabalhadores, enquanto precarizam cada vez mais o ensino aos estudantes remanescentes. Prestamos toda a nossa solidariedade com os estudantes expulsos arbitrariamente da UFRGS e exigimos o fim da matrícula precária e matrícula imediata já.




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