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Tragédia social | Ultrapassando 2 mil mortes pelo novo terremoto, Haiti sofre com fome e frio

O forte tremor ocorrido no último sábado (14), que atingiu a magnitude de 7,2, destruiu 2868 edificações e danificou outras 5410. Estradas estão obstruídas e bloqueiam os já escassos suprimentos vitais para as vítimas.

sexta-feira 20 de agosto de 2021 | Edição do dia

Foto: Joseph Odelyn/AP

A situação após 7 dias do terremoto

Segundo estimativas da Unicef, o terremoto afetou cerca de 1,2 milhões de pessoas, sendo 540 mil crianças. Já são 2189 mortos, mais de doze mil feridos e dezenas de desaparecidos contabilizados por órgão governamentais. Mais de 30 mil pessoas estão desalojadas, passando frio e fome nas ruas

O forte tremor ocorrido no último sábado (14), que atingiu a magnitude de 7,2, destruiu 2868 edificações e danificou outras 5410. Estradas estão obstruídas e bloqueiam os já escassos suprimentos vitais para as vítimas. A ajuda externa, que costuma ser bem ágil quando apenas disfarça a ingerência imperialista, é mínima, vindo de países como Cuba e ongs como a Cruz Vermelha.

Os hospitais estão lotados, mulheres e crianças feridas se amontoam nos corredores e em barracas montadas pelos próprios funcionários. Faltam itens básicos como talas e remédios. Em meio a centros de abrigos improvisados, erguidos com plástico e o material disponível, a população atingida organiza equipes de segurança e ronda, da mesma maneira que vários resgates e socorros de vítimas são realizados pelos próprios civis.

Cerca de 30 mil pessoas perderam suas casas durante o terremoto. Após 2 dias do tremor, uma forte tempestade tropical atingiu a região, o que piorou a situação dramática com as vítimas não tendo abrigo, molhadas pela chuva e passando frio pelos ventos de mais de 75 km.

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Relatos da negligência e da situação desesperadora

“Os hospitais estão lotados e em péssimas condições. Uma das crianças que eu tive que atender tinha ido para o hospital, mas lá eles não tinham gesso, então colocaram qualquer coisa. Ela tem uma fratura enorme e precisa de cirurgia. Mas eles tinham colocado uma atadura e nada mais.” afirma Consuelo Alzamora, chilena que mora há 10 anos no Haiti e tem uma clínica de reabilitação, em relato à BBC.

“A situação é muito triste, estão todos molhados, muitos são crianças, estão com frio e com fome. Mas não temos comida. E alguns ficam desesperados e gritam para nós: "Tragam comida!"

Tampouco é fácil encontrar água potável. Então nos pedem água... e pedir água é muito forte, é muito doloroso.”, acrescentou.

Governo Bolsonaro mandará um avião para o Haiti

O governo reacionário e racista de Bolsonaro afirmou, através do Itamaraty, que vai enviar bombeiros e insumos para o país em um cargueiro da Força Aérea brasileira até o final desta semana. As Forças Armadas brasileiras já estiveram no Haiti, quando ocuparam o território em nome da ONU, fazendo operações militares sangrentas, subjugando a população, invadindo casas, torturando e estuprando.

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Disfarçada de ajuda humanitária, a operação MINUSTAH da ONU contou com o suporte ostensivo de Lula e do PT em seus anos de governo, teve a presença de 37.449 militares brasileiros durante os 13 anos de sua existência. O resultado dela foi como toda ingerência e invasão imperialista: desemprego, fome, crise social e econômica.

“Mas não podemos nos enganar e supor que essa é só mais uma "catástrofe", sabemos que tragédias como essa são anunciadas quando os governos não dão o mínimo de suporte para reconstrução das casas, subsidiando o material adequado que possa ser mais resistente a terremotos dessa magnitude. Enquanto isso, estão metidos até o pescoço em escândalos de corrupção. Recente o primeiro ministro do Haiti, Claude Joseph renunciou ao cargo aumentando ainda mais a crise política e social no país, por ser uma dos suspeitos do assassinato do ex-presidente, Jovenel Moise.” afirmou Marcelo Pablito, dirigente da agrupação de negros e negras Quilombo Vermelho.

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