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ELEIÇÕES SP | Veja em quais cidades paulistas PT e PSL estão de mãos dadas nessas eleições

Nestas eleições, o PT está coligado com o PSL, partido pelo qual Bolsonaro foi eleito, em dez cidades do Estado de São Paulo. Isso mostra a mentira do discurso petista de "combate à direta".

quarta-feira 21 de outubro de 2020 | Edição do dia

Recentemente o Esquerda Diário saiu à frente com uma denúncia apontando que o PT se coligou com o PSL em 140 cidades espalhadas pelo país, de acordo com dados fornecidos pelo site do TSE. Na contramão de qualquer combate à direita, à extrema direita e aos golpistas, o PT mostra que a sua estratégia é de jogar o jogo sujo do regime golpista para se relocalizar por dentro dele. Dessa vez, trazemos detalhes dessas coligações que o PT faz nessas eleições municipais em São Paulo.

As cidades em que o PT aparece coligado com o PSL são: Sumaré que é a segunda maior cidade da região metropolitana de Campinas; Itapevi e Francisco Morato, duas grandes cidades da grande São Paulo; e no interior paulista em cidades como Cordeirópolis, Pederneiras, Ilha Solteira, Taquarivaí, Palmital, Bom Sucesso de Itararé e Itaoca, como mostra o próprio site do TSE.

Em cidades como Sumaré, Itapevi, Francisco Morato, Cordeirópolis, Pederneiras, Itaóca e Palmital, o PT entra em chapas de direita que estão mais bem posicionadas nas pesquisas de opinião, em muitos casos em chapas que buscam reeleição, ou seja, isso tudo com o objetivo claro de continuar sendo parte, em diversas regiões do país, desse regime político que é fruto do golpe institucional.

Além do fato em si de serem partidos política de direita ou de extrema direita, ainda se trata em diversos casos de candidaturas envolvidas em escândalos ou com históricos sujos, como no caso de Sumaré, em que o atual prefeito e candidato a reeleição Luiz Dalben (Cidadania) é investigado por fraudes em licitações, corrupção passiva e caixa 2. Em Cordeirópolis, Adinan, o atual prefeito e também candidato à reeleição pelo MDB, é acusado de participar de fraudes em licitações. Ou ainda o caso de Igor Santos do Podemos, atual prefeito de Itapevi e também candidato à reeleição pelo Podemos, que foi apoiador de Bolsonaro e de João Doria nas últimas eleições.

O absurdo não está apenas nas coligações com o PSL. Nessas e em muitas outras cidades, essas coligações também englobam partidos como MDB, DEM, PP, PL, PTB, PSB, Republicanos, Solidariedade, Cidadania, Patriota, Podemos, PSD, PROS, PRTB, PSC, AVANTE, PV, e outros. Ou seja, além de partidos como o que elegeu Bolsonaro, o PT também se coliga a partidos como o de Mourão e Levy Fidélix, o de Russomanno e Crivella, Aécio Neves, Wilson Witzel… Partidos do famoso centrão; partidos que apoiaram o golpe institucional fazendo juramento à família conservadora, a Deus e aos “bons costumes”; partidos que apoiaram reformas que destruirão o futuro dos trabalhadores como a da Previdência e a Trabalhista, enfim, partidos protagonistas das medidas mais anti-operárias e reacionárias e envolvidos em escândalos infindáveis.

Leia também: PT coligado com PSL em 140 cidades: na contramão de qualquer combate à direita golpista

Com essas coligações o PT leva a frente a mesma política de alianças que levou ao golpe institucional de 2016 e que nos 13 anos de governo petista serviu para fortalecer parte da elite mais racista e assassina do país. Políticas de alianças com os principais partidos da ordem, as políticas de fortalecimento e incentivo ao agronegócio e ao latifúndio, aos setores conservadores ligados às igrejas, e apoios e blindagem ao aparato policial assassino do Estado, tudo isso faz parte da estratégia petista.

Em 84 municípios do estado de São Paulo, o PT está coligado com aqueles que foram a base de João Dória para aprovar PL 529 que atacou categorias como os professores estaduais, que autorizou a privatização dos parques e o aumento do preço dos alimentos e medicamentos. Apesar de estar na direção do sindicato de professores do estado a Apeoesp, a CUT não moveu nenhuma ação na categoria para barrar este enorme ataque. O partido seguiu sua política eleitoral de coligação com aqueles que agora estão sendo articuladores dos ataques aos trabalhadores. Essa é a comprovação de que as aspirações petistas estão na direção de se reabilitar para gerir esse regime golpista, aceitando os ataques à classe trabalhadora.

Ou seja, o PT faz tudo o que está no exato oposto do que significa lutar contra Bolsonaro, contra o avanço da direita, contra os ataques aos trabalhadores e à população. E não se trata de não aprender com os erros. Se trata de uma política consciente de fazer tudo o que for possível para seguir atuando por dentro do regime burguês, esse mesmo o regime fruto de um golpe, ainda mais reacionário, ainda mais anti-operário, com ainda menos liberdades democráticas, enfim, um regime golpista, cujo primeiro atingido foi o próprio PT.

Se queremos derrotar Bolsonaro, Mourão e os golpistas, precisamos superar essa estratégia petista de conciliação de classes. A esquerda não pode cometer os mesmos erros, é preciso uma política de independência de classe, uma política que seja contundentemente contra o governo Bolsonaro e ao mesmo tempo seja também contra esse Congresso e Judiciário, protagonistas de reformas que descarregam a crise em nossas costas. Que seja também contra os partidos que representam os interesses dos capitalistas como esse rol de golpistas.

O destino dos trabalhadores não pode estar nas mãos dos capitalistas. É necessário que os trabalhadores busquem superar essa estratégia falida e tomem para si uma posição de independência de classes. Nós defendemos uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana que seja imposta pela luta, onde sejamos nós os trabalhadores a pensar e escolher o nosso futuro e as principais políticas para o país, onde a partir dela poderíamos travar uma batalha contra as reformas e os ataques, contra a entrega de nosso futuro e nossos interesses para os capitalistas. Essa batalha deve estar vinculada à luta por um governo de trabalhadores, de ruptura com o capitalismo.




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