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Imigrantes | Venezuelanos largados pelo governo brasileiro denunciam trabalhos análogos à escravidão

Após dias sem lugar para dormir, enfrentando longas filas para conseguir entrar no Brasil, os imigrantes venezuelanos relatam que estão sendo que beiram a escravidão em solo brasileiro. A Operação Acolhida, programa governamental dirigido pelo exército, teria como função receber esses imigrantes e destinar eles a trabalhos, mas se mostra na verdade colocando esses imigrantes nos piores postos de trabalho possíveis.

segunda-feira 2 de agosto de 2021 | Edição do dia

Foto: Joédson Alves / EFE

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Henrique, venezuelano de 45 anos, que não quis revelar seu verdadeiro nome com medo de represália, chegou no Brasil com o objetivo de encontrar trabalho para sustentar sua esposa e filhos e enviar dinheiro para os parentes que ficaram em casa, ao ser contratado como caminhoneiro pela Transportadora Sider de Limeira, achou que seus problemas estavam resolvidos.

Numa entrevista ao jornal Folha de São Paulo, um trabalhador que não quis se identificar, relatou jornadas de trabalho extenuantes que chegavam à 18 horas diárias, vivendo por mais de 11 meses em um caminhão, sem roupas limpas ou tempo para se barbear. Além desse trabalhador que se demitiu, outros 23 venezuelanos foram encontrados, em uma operação de auditores-fiscais em março, trabalhando em condições análogas à escravidão na Transportadora Sider.

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Segundo análise de diferentes conjuntos de dados revelou, que pelo menos 41 das 250 empresas, tanto brasileiras quanto multinacionais, inscritas para empregar venezuelanos estão sendo investigadas em algum nível por suspeita de violação trabalhistas.

Esse é o destino que o governo Bolsonaro e os militares guardam aos imigrantes que conseguem entrar no Brasil, o programa que deveria ser para direcionar e auxiliar os venezuelanos na verdade coloca eles em uma posição onde os abusos são muito maiores. Reflexo da crise econômica que vivemos há tempos, onde a precarização é maior nesses setores mais oprimidos da sociedade, não podemos deixar que os empresários descarreguem a crise nas costas da nossa classe. Que os capitalistas paguem pela crise que eles mesmo criaram!




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