Foto: Cris Faga/Estadão Conteúdo
Havendo mais de 30 mil óbitos registrados na capital paulista, os aposentados são as maiores vítimas da doença, havendo neste período 9.925 mortos, o que corresponde a 32,2% do total. 4.832 pessoas eram donas de casa (15,7%), e 3.391 (12,8%) morreram sem que o trabalho que realizasse fosse específicado e registrado. 37,8% das pessoas que morreram estavam empregadas no mercado de trabalho.
A pesquisa apontou que 23,6 mil (76,7%) não completaram 11 anos de estudo, tendo portanto o ensino básico incompleto, sendo a escolaridade um indicador indireto sobre o nível de renda das vítimas e sendo mais um elemento que comprova que a mortalidade de Covid-19 é maior entre trabalhadores e trabalhadoras mais pobres, que, em muitos casos, realizam trabalho informal e são impossibilitados de realizar trabalho remoto.
21,6% dos óbitos eram de pessoas que trabalhavam em atividades essenciais, como saúde, segurança pública e transporte. E 6,5% das mortes foram de trabalhadores não essenciais, como os realizados por trabalhadoras domésticas e e trabalhadores da construção civil, que continuaram exercendo as suas atividades.
No grupo de empregadas e empregados domésticos houveram 709 mortes (representando 2,3% do total de mortos na capital). O grupo é composto, em sua maioria, por mulheres (90,8%) e negras (53,6%). Na construção civil o ramo com maior número de mortos foi a de pedreiros, com 33% do total, enquanto que 10,6% das mortes nesse setor foram de engenheiros civis. Cerca de 960 profissionais mortos por Covid-19 são da área de transporte e tráfego, com ao menos 78,7% sendo taxistas ou motoristas de aplicativo.
Fonte: "Trabalho, território e Covid no município de São Paulo", Instituto Pólis
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