Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A taxa de desemprego no Brasil foi de 14,6% no trimestre encerrado em maio, publicou nesta sexta-feira (30) o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
O desemprego permanece em nível elevado e mesmo com a tentativa de retomada da economia, muito baseada na precarização das condições e relações de trabalho no país, o indicador manteve estabilidade em relação aos trimestres anteriores.
A taxa de 14,6% é a segunda maior da série histórica, iniciada em 2012. O recorde (14,7%) foi registrado nos trimestres fechados em março e abril. O número de trabalhadores desempregados foi estimado em 14,8 milhões entre março e maio. Os dados integram a Pnad Contínua - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - que tem sua divulgação mensalmente.
Um dos dados que chamaram atenção nesta sexta foi o da população subocupada por insuficiência de horas. São aquelas pessoas que trabalham menos do que o desejado. O grupo chegou a 7,36 milhões, recorde da série histórica. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a parcela cresceu 27,2%. Isso significa que, em um ano, 1,6 milhão de pessoas passaram a integrar esse grupo, o de trabalhadores precarizados pelas reformas anti-operárias do último período no Brasil.
O desemprego elevado também preocupa economistas porque é registrado no momento em que a inflação ganha força no Brasil. A combinação entre a precarização nas relações de trabalho e preços em alta prejudica fortemente a realidade de inúmeras famílias pelo Brasil todo, a carestia de vida só cresce e a falta de responsabilidade por parte do Governo Federal no enfrentamento à pandemia só agravou aquilo que já era uma demanda importante da classe trabalhadora.
Conforme relatório do Banco Mundial, que saiu no último dia 20, os reflexos econômicos da pandemia devem afetar os salários de trabalhadores brasileiros por até nove anos. Os efeitos da crise na América Latina serão sentidos principalmente pelos profissionais com menor qualificação e em uma posição mais vulnerável no mercado de trabalho.
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