Aqui no DF do governador milionário Ibaneis Rocha, assim como no restante do Brasil onde a fila do osso e a fila do lixo passaram a fazer parte do cotidiano de milhões de brasileiros, vivemos cotidianamente as consequências de um governo elitista e racista que ataca a população pobre e negra que além de serem os mais diretamente atingidos pelos altos índices de desemprego e pela inflação são também os que sofrem com a violência policial.
Ibaneis é o responsável pelo atraso frequente de salários que atinge os trabalhadores terceirizados da saúde e que recentemente protagonizaram greves para arrancar seus pagamentos para garantir comida na mesa, a precarização e terceirização que avança no Brasil de Bolsonaro e Mourão também avança no DF onde a maioria dos postos de trabalho são ocupados por mulheres negras.
Durante a pandemia Ibaneis também foi o responsável pela repressão e despejo de cerca de 33 famílias da ocupação CCBB, publicamos aqui no Esquerda Diário o relato de duas moradoras, não por acaso mulheres negras, que lutavam pelo direito mínimo de moradia digna para suas famílias e educação para seus filhos e que foram brutalmente atacadas pela polícia racista do GDF.
Mais um exemplo dos ataques racista deste governo é a tentativa de fechamento do Programa Jovem de Expressão na Ceilândia, um projeto popular impulsionado por professores, estudantes e artistas locais e que atende cerca de 42 mil pessoas por ano promovendo a cultura negra, trabalhadora e periférica. Todos estes ataques são parte do legado racista de Brasília, uma cidade construída com trabalho semi-escravo, nordestino e negro - esses que depois foram expulsos para bem longe, como é a história da Comissão de Erradicação de Invasões (sigla que deu origem à Ceilândia) na ditadura militar.
Toda essa herança racista fica explícita no fato de que cerca de 200 mil trabalhadores e estudantes têm de se deslocar todos os dias do entorno até o DF, passando quase 5 horas apenas na ida em ônibus precárias e caros. Esses são em sua grande maioria negras e negros - e que se não bastasse os que foram expulsos para as satélites, aqueles que moram no entorno nem lá puderam ficar devido a gentrificação e o higienismo. São milhares de trabalhadores que moram quase 70km de distância para receber salários de fome nos Ministérios do Estado burguês, erguido pelos pais e avós desses operários, em boa parte negros e nordestinos. Podemos ver o racismo escancarado nas invasões polícias aos terreiros de religiões de matriz africana no caso do jagunço do agronegócio Lázaro Barbosa - taxado pela grande mídia como “satanista” para justificar a ação da polícia.
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Para enfrentar os ataques e o racismo de Bolsonaro, Mourão e Ibaneis precisamos de uma saída independente, sem nenhuma confiança na direita se diz oposição ao governo e que está convocando os atos neste sábado, mas que estão juntos quando se trata de seguir aplicando no congresso as reformas que degradam a cada dia nossas condições de vida. Também não podemos deixar que a política de subordinar nossas demandas imediatas e o descontentamento social seja desviada para a via eleitoral e de eleição de Lula no ano que vem, parte da política do PT e das centrais sindicais como a CUT e CTB que inclusive desmarcaram o último ato contra Bolsonaro no dia 15 de novembro.
Por isso neste 20 de novembro, nossa luta deve ser pela unidade do povo negro, aos trabalhadores e trabalhadoras brancos, à juventude, à comunidade LGBT, às mulheres, para lutar pelo “Fora Bolsonaro e Mourão racistas” e para que sejam os capitalistas e empresários que paguem pela crise que eles mesmos criaram. Lutamos pelo fim da violência policial, por reajuste salarial automático de acordo com o aumento do custo de vida, por igualdade salarial entre brancos e negros.
Chamamos todas e todos a construírem conosco o bloco do Quilombo Vermelho e do Pão e Rosas neste 20 de novembro pelo Fora Bolsonaro e Mourão racistas em frente a Museu Nacional às 15h.
Basta de chacinas, fila do osso e precarização! Que os capitalistas paguem pela crise! Fora Bolsonaro e Mourão racistas!
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