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Chile
Dúvidas em torno da conformação do novo gabinete de Boric
Antonio Paez, Dirigente do Sindicato Starbucks Coffe Chile

Gabriel Boric, recém eleito presidente do Chile, segue se reunindo com representantes dos partidos da ex Concertación [partido central para a preservação da herança pinochetista após a ditadura] para alinhar a conformação de seu primeiro gabinete e o restante dos cargos designados pela presidência. Até agora, tudo parece indicar que a debilidade parlamentar do governo seria remediada com um acordo governamental entre a coalização Apruebo Dignidad [coalização eleitoral de centro-esquerda integrada por Boric] e a ex Concertación

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A poucas semanas do aguardado anúncio de seu novo gabinete, Gabriel Boric, junto a seus assessores próximos, segue em uma intensa agenda de reuniões com representantes de todos partidos do arco da oposição, para definir quais integrarão o governo que assume no dia 11 de março.

Se já está claro que o Partido Socialista será uma peça chave desta nova articulação, ainda há dúvidas em torno do Partido por la Democracia (PPD), do Partido Radical e do Partido Liberal.

O encontro entre o presidente eleito e a presidente do PPD, Natalia Piergentili, tratou justamente sobre o espaço que este partido terá no próximo gabinete. Ao final da reunião, Piergentili sinalizou que a reunião tinha como objetivo esclarecer o papel do PPD no governo, e que seguirá acompanhando se Boric solicitará algum membro do partido para um cargo ministerial.

Qualquer carta colocada sobre a mesa por parte destes partidos competirá com as já apresentadas pelos partidos e organizações políticas e sociais que compõem a coalizão Apruebo Dignidad.

Até agora, o que se demonstra é a linha do novo governo de construir um forte componente de cooptação dos espaços sociais que participaram de diferentes processos de luta nos últimos 30 anos. Por isso, é provável que personalidades e figuras públicas das lutas ambientais, trabalhistas, da educação, entre outras, possam ocupar algum cargo no próximo governo.

Seguindo esta tendência, Boric e sua equipe usarão todas suas cartas para conformar um governo amplo o suficiente, com acordos “nas alturas”, para compensar sua fragilidade parlamentar, mas também nas bases, buscando certa legitimidade entre os setores sociais que o ajude a manobrar as grandes expectativas geradas por sua vitória eleitoral.

Moderar estas expectativas será, certamente, uma das tarefas iniciais mais difíceis que este governo terá nas mãos, e integrar figuras legitimadas nas lutas facilitará este objetivo.

No entanto, a revolta de 2019 se mantém aos olhos de muitos, e a possibilidade de combinação entre problemas econômicos, a oposição da direita e promessas não cumpridas pode ser perigosa para Boric e o governo de Apruebo Dignidad.

 
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