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ELEIÇÕES DCE PUC/MG | Após 7 anos sem eleições para o DCE da PUC/Minas, voto na Chapa 2 - Novos Rumos

Está aberta a eleição para o DCE da PUC/Minas, que acontecerá nos dias 18 e 19 de Maio. Foram 7 anos sem um processo eleitoral e uma antiga gestão que, ao contrário do que deveria ser uma direção de DCE, nunca deu voz aos estudantes, muito menos às lutas travadas pelos mesmos dentro da universidade.

quarta-feira 18 de maio de 2016 | Edição do dia

Uma direção de DCE que deveria ser linha de frente no combate às opressões, ao racismo, a homofobia e ao machismo, era a gestão que batia em mulher e em estudantes que se colocavam em luta. Que financiava pixulecos e fretava ônibus pra marchar em favor do impeachment, sem ao menos convocar uma assembleia que possa colocar o debate dentro da universidade justo nesse momento de crise política e econômica, com um golpe institucional em curso, orquestrado pelos setores mais reacionários, expressos na bancada BBB (da bala, do boi e da bíblia), que mostra sua face mais machista, racista e homofóbica quando se derramam abertamente em homenagens a torturadores, em defesa da família tradicional e em nome de Deus. E que logo após assumir o cargo, o golpista Temer fecha o Ministério da Cultura e o Ministério da Mulher, Igualdade Racial e Direitos Humanos.

Para construir um novo DCE nesse momento, é necessário uma gestão que lute radicalmente contra esse golpe mas que também não se omita diante dos ataques que sofremos durante os anos de governo PT, que permitiu que as mulheres continuassem morrendo por conta do aborto ainda ser ilegal, que fechou os olhos para todos os assassinatos de LGBT que chegam à média assustadores de 2 homicídios por dia - e que, apesar disso o governo vetou a distribuição do kit anti-homofobia nas escolas e que negligencia a enorme quantidade de negros e negras que morrem cotidianamente nas favelas pelas mãos do tráfico ou da polícia, que ocupam os postos de trabalho mais precários e que vão elevar as estatísticas da juventude encarcerada.

O DCE que queremos não pode criar/alimentar nos estudantes a ilusão no governo do PT, com o discurso de “pátria educadora” e de que agora os filhos do patrão e do empregado sentam lado a lado nas universidades, omitindo que os filhos da classe trabalhadora não conseguem se sustentar nas universidades e que enquanto lhes “dão acesso” não lhes garantem a permanência.

Os cortes na educação que vinham sendo implementados pelo governo PT, que tendem a se aprofundar ainda mais com o governo golpista de Temer, interferem diretamente nas universidades, tanto públicas quanto privadas. Na PUC, se expressam visivelmente através dos cortes de bolsas de iniciação científica e do PIBID e ao dificultar o acesso ao FIES.

O DCE como uma entidade a serviço dos estudantes, para além de responder as questões específicas da universidade, deve ser um organizador das lutas estudantis e, esse momento da conjuntura nacional, ter um posicionamento claro contra esse golpe institucional em curso, tomando como exemplo as diversas lutas em defesa da educação que ocorrem em SP, RJ, Rio Grande do Sul, Ceará, onde os secundaristas passam por cima das direções estudantis burocratizadas e se organizam na luta contra a reorganização escolar, contra o roubo da merenda, contra o sucateamento das escolas. Nas universidades, decidem em assembleias lotadas pelas greves estudantis, na USP, UNESP, UNICAMP e na UERJ, e como aconteceu no Chile onde mais de 100 mil estudantes saíram às ruas contra a privatização do ensino e por educação pública e de qualidade.

As chapas que concorrem às eleições na PUC esse ano são: 2 – Novos Rumos, 3-Renovação e 5- Por todos os cantos.

Em um processo eleitoral onde pouco se expressou os debates sobre a questão nacional e de como ela afeta diretamente a “vida na universidade”, as chapas 3 e 5 são diretamente compostas pela juventude do PT e pelo Levante Popular da Juventude, respectivamente, que pouco fizeram e foram coniventes diante de todos os ataques à educação implementados pelo governo petista, que não mobilizaram suas bases para lutar verdadeiramente contra os ataques que vinham até então do governo federal e que agora se constroem nesse sentimento legítimo anti-golpe, mas não se propõem a construir uma luta realmente radicalizada para barrar esse golpe e todos os ataques dos governos, escondendo sua face em defesa do governo PT.

A Chapa 2 – Novos Rumos é composta por PCB, PSTU e CST/PSOL, que frente à conjuntura nacional defendem que não houve um golpe e que a luta deve ser pelo “Fora Todos”, o que consideramos que hoje significa fortalecer o discurso da direita golpista. São as mesmas correntes que estiveram à frente do DCE da UFMG no último período, e que em meio a todas as expressões de luta que acontecem dentro da Federal hoje foi incapaz de levar a frente uma política que dê corpo a todas as mobilizações contra o golpe e os cortes na educação que lá se expressam.

Apesar desse cenário, e em um momento em que a palavra “democracia” está na boca de todos, entendemos que a luta por uma educação de qualidade parte também por ser uma luta contra toda forma de opressão e exploração e em defesa da democracia em todos nossos espaços. Apoiamos portanto, com as devidas críticas às correntes que a compõem e à falta de um debate profundo a respeito do cenário nacional, a CHAPA 2- Novos Rumos, por ser a única chapa onde se expressou em seu programa a necessidade da democracia nas entidades representativas estudantis e da ligação direta do DCE com a base dos estudantes, levantando a necessidade de mobilizar os estudantes para lutar pelos nossos direitos, assim como coloca também com força em seu programa o fundamental combate às opressões que uma entidade estudantil deve ter. Chamamos os estudantes a tirar o DCE da imobilidade e votar na Chapa 2- Novos Rumos.




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