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CNTE e sindicatos da educação chamam ato de abraço no MEC, agradecendo a não revogação do NEM

Neste 9 de agosto, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), junto aos sindicatos da educação, estão chamando um ato em Brasília que poderia ser fundamental frente ao NEM e aos recentes ataques à educação, mas pelo contrário, será uma expressão da submissão completa dos sindicatos ao governo federal de Lula-Alckmin e assim vão avalizar a continuidade da reforma do ensino médio que precariza a formação da juventude e o trabalho docente a nível nacional.

terça-feira 8 de agosto de 2023 | Edição do dia

“O MEC tem 30 dias para apresentar proposta sobre a Consulta Pública do NEM e o encaminhamento sobre a reforma. É por isso que nós chamamos esse Ato Nacional para o dia 9 de agosto, considerando que o Ministério tem até o dia 6 de agosto para fazer um encaminhamento sobre o tema”, explica o presidente da CNTE, Heleno Araújo.

Mais claro impossível. A CNTE e os sindicatos da educação já abandonaram a pauta da revogação do NEM, e como política chamam um “ato”, que não foi nem organizado nas bases e na prática será um abraço no MEC para avalizar a reformulação que o ministério fará da reforma depois de uma consulta fake, onde não houve de fato participação democrática dos professores e nem espaços para se defender a revogação da reforma.

Como finalização da consulta o governo já está anunciando que fará essa reformulação do NEM propondo a diminuição da carga horária dos itinerários formativos, mas vai manter a reforma completa, em seus princípios, objetivos e na divisão que faz entre uma formação geral básica e os itinerários, mantendo o conteúdo central de precarização da educação, da formação docente e de aligeiramento da formação da juventude para o trabalho precário e uberizado.

Com o abraço no MEC proposto pela CNTE e os sindicatos da educação, essa reformulação poderá ser cantada como uma enorme vitória e os sindicatos poderão dizer que conquistaram com luta, fazendo ato em Brasília. Um roteiro que já está pronto pelo governo e pelas direções da CNTE e de muitos sindicatos da educação que são dirigidos pelo PT e PCdoB.

O MEC de Camilo Santana, um reformador da educação, é repleto de privatistas e reformadores de Lemann à Itau que arquitetaram o NEM. Por isso, nunca foi pauta do governo Lula-Alckmin a revogação desse enorme ataque que diminui a formação básica da juventude e aumenta a formação precária e aligeirada. Não bastasse isso, o governo de frente ampla de Lula-Alckmin ainda vem mostrando que não só vai manter o NEM mas será um governo de ataques e cortes na educação, como mostra o recente congelamento de $332 milhões do orçamento da educação, afetando sobretudo a educação básica, alfabetização de crianças, transporte escolar e bolsas de estudo.

Frente a esse cenário nacional e a realidades estaduais que mostram uma grande ofensiva dos governos na educação, como é o governo da extrema direita de Tarcísio em São Paulo, a CNTE e os sindicatos da educação em todo o país, deveriam organizar as bases, com professores, estudantes, comunidade escolar para na mobilização arrancar a revogação integral do NEM, bem como se contrapor a política de cortes e todos os ataques e não agradecer o governo, com abraço no MEC.

Nós, do Nossa Classe Educação, defendemos que é urgente que os professores e trabalhadores da educação, junto aos estudantes, retomem o caminho da mobilização, por isso é tão necessário exigir dos sindicatos da educação que rompam com essa política amiga e submissa do governo e organize nossa luta na base, a partir de cada escola do país, para que os professores possam mostrar a sua força e defender a educação pública.




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