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São Paulo 28N | Declaração do Nossa Classe rumo à greve unificada contra Tarcísio e as privatizações

Assinam: metroviários, ferroviários, professores de distintas redes, trabalhadores da USP e Unicamp, operários da indústria, bancários, entregadores por aplicativo, terceirizados de diversas categorias, operários da construção civil, trabalhadores da saúde e estudantes da Juventude Faísca Revolucionária.

quinta-feira 9 de novembro de 2023 | Edição do dia

Tarcísio de Freitas declarou guerra contra os serviços públicos, a população e os trabalhadores. Em nome de satisfazer a sede de lucro dos empresários e investidores quer privatizar cada vagão de trem, cada gota de água e segue desmontando a educação pública. Sua política privatista desenfreada se apoia na extrema direita bolsonarista e na direita partidária do golpe institucional de 2016, que abriu caminho para as reformas da previdência, trabalhista e do ensino médio.

Mais trabalho precário e terceirizado – no país do trabalho semi-escravo - serviços sucateados e caos para a população. É isso o que significa a privatização, como mostram as inúmeras falhas das linhas vendidas da CPTM e o recente drama de milhares de famílias que ficaram sem energia elétrica, por dias, por culpa da Enel, gerando uma crise no governo de SP com as manifestações de rua que expressavam a revolta popular.

É preciso dizer: as privatizações de Tarcísio também se sustentam no arcabouço fiscal, que retira verba da saúde e serviços básicos para destinar às privatizações, que seguem no governo Lula/Alckmin. Por isso, ao dar um Ministério para o Republicanos de Tarcísio, em nome da governabilidade, o governo federal fortalece a extrema direita que demitiu 8 metroviários como uma punição exemplar àqueles que são a linha de frente da luta contra as privatizações. A ida dos sindicatos dos metroviários, da CPTM e da Sabesp para pedir apoio à luta contra Tarcísio para o Ministro do trabalho Luiz Marinho, da CUT, busca enganar os trabalhadores, porque o governo federal incluiu o partido de Tarcísio em sua base na Câmara e está privatizando, inclusive, linhas metroviárias como a de Belo Horizonte e Recife.

Mas é possível dar um basta nessa situação, como sinalizou a forte greve unificada dos metroviários, ferroviários e trabalhadores da Sabesp do dia 03 de outubro. Tarcísio sentiu a força da nossa luta e não é por acaso que decidiu tentar “cortar o mal pela raiz” demitindo metroviários, que foram a vanguarda nessa mobilização, para dar exemplo da sua intransigência. Apesar do recuo das direções sindicais da CUT, CTB, Força Sindical e UGT, que encerraram a mobilização, foi a força demonstrada por esses trabalhadores que fez o governo sentir o golpe.

Por isso, não podemos deixar que essa importante demonstração de força seja canalizada para uma espera passiva de que os parlamentares na Alesp, que é presidida pelo partido do Bolsonaro, e as instituições, como o STF, que apoiou o golpe institucional e ataca os trabalhadores, possam dar alguma saída por fora da nossa luta. Por isso, devemos construir o ato do dia 16/11 na ALESP com a perspectiva de fortalecer a nossa estratégia de luta e fortalecer a mobilização pela base. A esquerda e seus parlamentares, como por exemplo Guilherme Boulos, precisa colocar todas as suas forças e abrir suas tribunas para que os demitidos e setores em luta possam expressar essas reivindicações.

Precisamos intensificar a luta pela base das categorias para o próximo dia de greve unificada, que os sindicatos estão apontando para o dia 28 de novembro, agora com a possibilidade da entrada em cena da gigantesca categoria de professores, colocando em pauta as demissões em massa que o governo Tarcísio quer fazer na educação, além dos cortes de verba e o reformulado, mas não menos nefasto, Novo Ensino Médio do governo Lula. Essa é a saída que os trabalhadores e população precisam abraçar, a organização e unidade pela base, em cada local de trabalho, se aliando aos estudantes que protagonizaram, há pouco, um forte enfrentamento com Tarcísio com greves na USP e Unicamp, e tudo isso de forma independente dos governos.

Toda nossa luta contra a privatização precisa estar intrinsecamente ligada à luta contra a terceirização e pela unidade das fileiras operárias. Os serviços privatizados significam cada vez mais trabalho precário, terceirizado e uberizado, deixando a nossa classe fragmentada e dividida, o que atinge em especial os trabalhadores negros, negras e as mulheres. Precisamos erguer um grito de revolta contra a terceirização, pela efetivação imediata de todos os trabalhadores terceirizados e contratados sem a necessidade de concurso, pois já provaram na prática sua capacidade, nos apoiando no Manifesto contra a terceirização e precarização do trabalho impulsionado por intelectuais, juristas, entidades sindicais e movimentos sociais e que já conta com mais de 5 mil assinaturas.

Nesta perspectiva, queremos construir de hoje até o dia 28, em todas as categorias que atuamos e nos cursos nas universidades, a mais forte mobilização, exigindo que as centrais sindicais, apoiadas na greve unificada, convoquem assembleias em todas as categorias, na perspectiva de construir uma forte greve geral contra Tarcísio em todo o Estado de São Paulo, que coloque em xeque as terceirizações e levante a necessidade da estatização sob controle dos trabalhadores e usuários de todos os serviços públicos.

Diante disso e se apoiando na vontade de enfrentar os ataques, o Movimento Nossa Classe quer debater: Qual estratégia adotar no dia 28N para enfrentar Tarcísio, as privatizações e as demissões?

Listamos 7 propostas para fortalecer nossa luta:

1) Abaixo as privatizações de Tarcísio de Freitas em São Paulo! Não à reforma administrativa e o corte de verbas de 5% na educação apresentado pelo governador! Revogação integral de todas as reformas e do arcabouço fiscal.

2) Reestatização da ENEL sob controle operário e de usuários! Basta de apagões de energia! Não é a natureza, é o capitalismo.

3 ) Basta de precarização e terceirização! Abaixo as demissões em massa dos professores contratados. Efetivação já, sem a necessidade de concurso público! Unir as fileiras de trabalhadores. A terceirização nos divide e enfraquece. Sejamos porta-voz da aliança com os setores mais explorados e oprimidos da nossa classe!

4) Não às demissões de lutadoras e lutadores metroviários contra as privatizações! Não aceitamos essas demissões covardes e a luta pela reintegração dos metroviários deve ser pauta prioritária. Ninguém fica pra trás!

5) Assembleias unificadas para que a base decida sobre a duração e os rumos da greve. Fizemos esse chamado que foi aprovado em assembleia no Sindicato dos Metroviários, mas não foi levado a frente pela direção majoritária e teria feito diferença que os trabalhadores controlassem pela base os rumos da luta, tomando suas decisões em conjunto, unificando pra valer os trabalhadores!

6) Por um comando de greve unificado com representantes eleitos em cada assembleia de cada categoria. Para fortalecer e coordenar a luta com a auto-organização dos trabalhadores pela base!

7) Ato unificado dos metroviários, ferroviários, sabespianos, professores, trabalhadores e estudantes da USP, e todos os setores em luta. Encher as ruas e mostrar nossa força junto à população!

E afirmamos que, se nossa classe é internacional, a nossa luta também será. É preciso levantar como pauta inflexível o mais profundo rechaço ao massacre do Estado de Israel, sionista e de extrema direita, contra o povo e as crianças palestinas. Defendemos a ruptura das relações diplomáticas, econômicas e políticas do Brasil com Israel! É preciso exigir que as centrais sindicais e cada sindicato aprove em assembleia essas bandeiras em defesa do povo palestino transformando isso em pauta da nossa luta. Abaixo o massacre do Estado de Israel na Palestina!




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