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SUBMISSÃO AO IMPERIALISMO | Governo Lula autoriza quase 300 militares dos EUA a realizarem “treinamento” na Amazônia

O governo federal publicou um decreto, assinado pelo presidente Lula, nesta quinta (19) no Diário Oficial da União, que autoriza a entrada de 294 militares dos Estados Unidos no Brasil para participação de treinamento com o Exército Brasileiro no território amazônico durante o período de 24 de outubro a 20 de novembro.

quinta-feira 19 de outubro de 2023 | Edição do dia

De acordo com o Exército, o exercício de treinamento visa “aumentar a capacidade operacional da tropa, manter os laços históricos entre os países e incrementar a integração e a cooperação entre os dois exércitos”, por meio do intercâmbio de experiências sobre técnicas, táticas e procedimentos de defesa. Esse exercício integra a chamada Operação Core 23 (Combined Operation and Rotation Exercise), que é parte de um acordo de cooperação em matéria de defesa, estabelecido desde 2015 entre os governos dos dois países, pela então presidenta Dilma Rousseff (PT).

Além disso, no início do mês Lula, enquanto o representante brasileiro na presidência do Conselho de Segurança da ONU, votou a favor de nova intervenção no Haiti, baseado no reacionário mecanismo presente no Capítulo 7 da carta da ONU que autoriza o uso de força, sob aval do conselho, quando for necessário “restabelecer a paz e a segurança internacionais”. É bom recordar que, na realidade, durante os 13 anos de ocupação militar chefiada pelo Brasil (a maior parte deles sob as presidências do PT, Lula e Dilma, e também sob o governo Temer), as tropas brasileiras e da Minustah não levaram nada de humanitário ao Haiti, somente uma operação criminosa repleta de assassinatos e estupros contra a população negra, e que serviu de viveiro para todos os generais bolsonaristas. Afogaram em sangue a revolta do povo haitiano que se levantava contra a fome e à miséria provocadas pela opressão e exploração imposta tanto pela burguesia local, mas sobretudo pelo imperialismo naquele país.

Este é o papel que cumpriram Lula e o PT durante seus governos, o de abrir espaço para a direita e a extrema-direita asquerosa que após o golpe institucional e a degradação do regime de 1988 no Brasil assumiram o governo para aplicar sobre a classe trabalhadora brasileira a reforma trabalhista, reforma da previdência, terceirização, destruição da educação com o Novo Ensino Médio. E agora com o novo governo Lula-Alckmin, constituído de uma frente ampla com setores da burguesia, é responsável direto, não apenas por não revogar esses ataques, mas implementar novos como a aprovação do novo teto de gastos que é o Arcabouço Fiscal, trazendo para dentro do governo ministros de partidos como o PP e Republicanos que foram base do governo Bolsonaro, repetem o mesmo caminho da conciliação de classes que seguramente nada de positivo pode trazer aos trabalhadores e a população pobre.

Enquanto isso, a seca que atinge o Amazonas afeta mais de 392 mil pessoas em 51 das 62 cidades do estado, agravando dois problemas na região: o aumento das queimadas e o desbarrancamento. Nesta segunda (16), segundo a Secretaria Executiva de Proteção e Defesa Civil Municipal (Sepdec), o Rio Negro atingiu a cota de 13,59 metros, a menor já registrada na história da cidade de Manaus, em 121 anos de monitoramento, sendo possível até mesmo enxergar gravuras rupestres que não eram visíveis desde a seca de 2010.

A transformação dessa realidade passa por uma mudança radical da sociedade em que vivemos. Não há conciliação histórica possível entre uma produção voltada para o lucro – cuja dinâmica é a acumulação do capital – e qualquer coisa parecida com a utilização racional e ambientalmente correta dos recursos naturais. Somente a organização de uma sociedade emancipada das garras do capital e, portanto, com base nos produtores livremente associados poderá superar a exploração predatória da natureza, a crise climática e a miséria social à qual estamos submetidos.




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