No domingo (3), no bairro do Guamá, em Belém, uma jovem de 24 anos foi baleada por um sargento da Polícia Militar do Pará após ter reagido à uma tentativa de estupro. Mais um caso brutal escancarando a violência que o sistema capitalista nos submete e nos violenta cotidianamente, pela qual o Estado é responsável e contra a qual precisamos lutar por justiça!
sexta-feira 8 de setembro de 2023 | Edição do dia
No domingo (3), no bairro do Guamá, em Belém, uma jovem de 24 anos foi baleada por um sargento da Polícia Militar após ter reagido à uma tentativa de estupro. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que o PM observa a vítima no ponto de ônibus e faz gestos obcenos. Em seguida, tenta arrastar a estudante, que entra em luta corporal com ele e, para tentar se defender, desfere um golpe de canivete no policial, momento em que ele saca a arma e atira.
A jovem, Catharina Kethellen da Silva Palmerin, estudante de enfermagem, foi atingida na região do abdômen e encaminhada ao pronto socorro municipal do bairro, onde ficou internada até esta terça-feira (5). Segundo familiares, a jovem continua com a bala alojada no abdômen, perdeu parte do intestino e teve danos na bexiga.
O policial, identificado como Arthur Santos Júnior, foi preso pelo crime de tentativa de homicídio, alegando que teria atirado porque a jovem estudante tentou assalta-lo. As imagens que circulam nas redes sociais dizem o contrário. Familiares da jovem dizem que o PM apresentava sintomas de embriaguez.
O crime está sendo investigado pela Divisão de Crimes Funcionais (Decrif). O Tribunal de Justiça do Pará converteu a prisão em flagrante do PM em preventiva. Em nota, a Polícia Militar lamentou o ocorrido, disse que o policial continua hospitalizado e afirmou que um inquérito policial militar foi instaurado para apurar o fato no âmbito institucional e o sargento permanecerá afastado das atividades.
Este não é um caso isolado. O aumento dos casos de abuso sexual resulta da combinação do crescimento da extrema direita e seu discurso de ódio às mulheres e a manutenção das posições das altas cúpulas das igrejas no Estado que praguejam a ideia da mulher "bela, recatada e do lar", com o desmonte das casas de abrigo e falta de recursos para o combate à violência de gênero. Inclusive o governo de frente ampla do Lula/Alckmin, longe de defender a separação da igreja do Estado, concedeu isenções milionárias para os que lucram com a fé do povo, enquanto atacam direitos elementares como o aborto e a educação sexual nas escolas.
A única saída para combater o machismo que se expressa estruturalmente passa pela luta feminista socialista contra o patriarcado e todo este sistema!
Os familiares de Catharina e movimentos sociais de luta em defesa dos direitos humanos e das mulheres têm organizado manifestações em Belém em solidariedade à vítima e pedindo a condenação definitiva e expulsão do sargento da corporação. O próximo ato ocorre na sexta-feira (8), na Usina da Paz do Guamá, a partir das 16h.