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Professores do Ceará | Todo apoio aos professores do Ceará que enfrentam a burocracia sindical e o governador Elmano Freitas do PT

Esta quinta-feira (04 de abril) aconteceu a assembleia da Apeoc, Sindicato dos Professores e Servidores da Educação e Cultura do Ceará, com a presença de aproximadamente 5000 trabalhadores. A direção burocrática composta por PT, PC do B e PSOL (Resistência) tentou passar por cima da decisão dos professores de ir pela Greve, manobrando para não colocar essa pauta em votação, o que foi respondido com a legítima fúria dos trabalhadores: “aqui quem decide são os professores!”

sábado 6 de abril | Edição do dia

A categoria de professores do Ceará esta quinta-feira deu uma aula de como deve ser tratada a burocracia sindical. Durante a assembleia da categoria que deveria votar a greve, a direção já havia encaminhado aceitar a negociação com o governo de Elmano Freitas do PT, que não incluía pautas da categoria como reajuste real, o pagamento de retroativos e nem a equiparação salarial dos trabalhadores temporários, o que passou longe das propostas do governo.

A Apeoc, que tem a diretoria composta pelo PT, Pc do B e PSOL (Resistência), estava contra a greve e, sabendo da disposição de luta da base, não encaminhou a votação que culminaria na mesma, uma prática comum das burocracias incrustadas nos sindicatos para barrar a luta da classe trabalhadora. A direção havia inclusive contratado “bate paus” partindo de que poderia haver confronto com os trabalhadores.

Além disso, pautas como aumento da carga horária de planejamento, diminuição de alunos por turma, novos concursos para contratação de novos professores, fim da taxação da previdência para aposentados, investimento na infraestrutura das escolas, revogação do Novo Ensino Médio entre outras, nem sequer foram consideradas.

Diante da manobra da burocracia de não votar a greve, o legítimo sentimento de indignação tomou conta da categoria, que partiu para cima da direção burocrática, questionando que na realidade não representam os trabalhadores, e sim o governo.

É preciso denunciar que o papel traidor das burocracias do PT e PC do B é a tônica do movimento sindical ao largo do nosso país já há muito tempo, pois apenas tomando como marco os últimos anos, estas burocracias foram responsáveis por fomentar a passividade na nossa classe e dessa forma permitir que ataques como a reforma trabalhista e da previdência fossem descarregadas nas nossas costas pelo golpista Michel Temer e o asqueroso Bolsonaro, assim como o Teto de gastos que estrangulou os salários. A novidade no marco do governo de Frente Ampla de Lula-Alckmin, é que correntes do PSOL, como é a Resistência que está junto com PT E PC do B na diretoria da Apeoc, hoje engrossam o caldo desta burocracia, atuando de mãos dadas com ela contra as decisões dos professores no Ceará ao comporem uma direção pelega e entreguista, que contrata “bate pau” para ir pra cima de uma categoria que inclusive é composta majoritariamente por mulheres, o que é mais uma clara amostra de como a conciliação de classes abre mais espaço para a direita. Esta é a contradição de uma corrente política que embarcou em um governo com banqueiros, industriais, magnatas do lobby do “capital humano” como os empresários do Todos pela Educação, que atuam todos os dias pelo desmonte da educação pública. A Resistência-PSOL é incapaz de fazer uma oposição consequente à direção majoritária da Apeoc não apenas porque fazem parte desta direção burocrática, como compõem também o governo que aprovou o Arcabouço Fiscal que está estrangulando os salários dos servidores por todo o país. Neste sentido, não bastam notas de repúdio para lavar a cara nas redes sociais, é preciso romper publicamente com essa direção pelega e seus governos.

A luta da categoria de professores do Ceará se dá no marco de outras greves, como as dos técnicos administrativos da educação nas universidades federais de todo o país, que estão mobilizados desde o dia 11 de março lutando não apenas por recomposição salarial, mas também por verbas para a educação; além da mobilização dos trabalhadores do restaurante universitário da UFRJ e do canteiro de obras da UFRN, ambas categorias sujeitas à precarização imposta pela terceirização, por empresas que atuam respaldadas por sindicatos patronais, e é com muito entusiasmo que vemos estes trabalhadores precarizados se mobilizando à revelia destas direções que sempre foram pelegas.

A necessidade dos trabalhadores retomarem os sindicatos como sua ferramenta de luta se coloca com força, para varrer com as burocracias que ficam por anos nas suas cadeiras, afastadas da realidade dos trabalhadores que estão na linha de frente em seus locais de trabalho. Nós do Esquerda Diário e Movimento Nossa Classe, que em todos os locais onde atuamos defendemos a mais ampla democracia operária, por eleição de diretores revogáveis a qualquer momento pela base e decisões baseadas nas assembleias, assim como que os sindicatos integrem as e os terceirizados incorporando em seu programa a pauta pela efetivação sem necessidade de concurso público, com os trabalhadores confiando somente na força da nossa mobilização junto aos nossos aliados (como são os estudantes para a categoria de professores, ou os passageiros para categoria de transportes etc), nos solidarizamos com a categoria de professores do Ceará e defendemos sua legítima raiva contra a burocracia que busca aparelhar nossas ferramentas de luta em benefício de seus partidos, que governam para os patrões.

Colocamos o Esquerda Diário a disposição das e dos trabalhadores que quiserem enviar suas denúncias.

Toda solidariedade aos professores do Ceará!
Os sindicatos precisam ser dos trabalhadores, não dos burocratas!
Recuperar os sindicatos como ferramentas de nossas lutas!




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