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ELEIÇÕES UFABC | Vem com a Faísca batalhar por um CARI independente dos governos e reitorias

Nesta quarta-feira (19), ocorreu uma Assembleia Geral do CARI (Centro Acadêmico de Relações Internacionais da UFABC) onde votou uma Comissão Eleitoral para organizar a próxima gestão da entidade. Nós da Faísca Revolucionária convidamos à todes es estudantes que vêm nos acompanhando na batalha por uma UNE e pelas entidades estudantis independentes dos governos e reitorias, por um movimento estudantil aliado a classe trabalhadora, a debater conosco a conformação de uma chapa comunista nessas eleições e elaborar conjuntamente um programa que prepare os internacionalistas para os futuros embates da luta de classes no Brasil e no mundo.

quinta-feira 20 de julho de 2023 | Edição do dia

Nos próximos dias, se inicia o processo de conformação de chapas para o Centro Acadêmico de Relações Internacionais, o CARI, uma das entidades mais antigas des estudantes da UFABC. Nós da Faísca Revolucionária queremos pela primeira vez concorrer as eleições buscando contribuir com as lições do movimento estudantil nacional, após o 59º Congresso da UNE, onde se reforça ainda mais a necessidade de fomentar a auto-organização desde a base de cada curso para conectar es estudantes com os debates nacionais, buscar estimular o choque entre os interesses da universidade de classe com a produção de um conhecimento que aporte para a transformação social e através da base forjar uma nova tradição de movimento estudantil, não apenas na UFABC, mas também nacionalmente. Por isso, convidamos cada estudante de BCH e RI que acreditam que nossas entidades podem contribuir com um papel na efetiva organização desde a base para aportar nas lutas nacionais e internacionais a se debater conosco.

Lições do Movimento Estudantil Nacional para o CARI-UFABC

Nos dias 12 ao 16 ocorreu o 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), onde nós da Faísca Revolucionária da UFABC fomos representar nossa universidade com 5 delegades eleitos junto a outros 13 delegados da Faísca do norte ao sul do país. Ficamos nacionalmente conhecidos por ecoar a luta da enfermagem pelo seu piso salarial e por ter escorraçado o Ministro do STF, o Barroso, que além de ser um inimigo des trabalhadores da saúde, foi um dos articuladores do golpe de 2016 que acelerou todos os ataques exigidos pelo capital financeiro e abriu caminho pra extrema-direita.

Também com muito orgulho fomos parte da expulsão da direita da UJL do CONUNE, e intervimos representando as ideias comunistas de aliança com os trabalhadores, para revogar a Reforma do Ensino Médio, trabalhista, da previdência e da Terceirização Irrestrita, assim como para que a UNE não se transformasse num braço do governo Lula-Alckmin como queria a direção majoritária da UJS, PT e Levante Popular da Juventude (e que contou com a profunda adaptação da dita “Oposição de Esquerda”, em especial de setores do PSOL que na plenária final votaram junto com a majoritária e partidos burgueses como o PSB e o PDT), mas sim deliberasse um plano de lutas construido em cada universidade com assembleias com direito a voz e voto para que os estudantes confiassem na sua própria força junto ao trabalhadores para enfrentar os ataques e os governos capitalistas.

Essas batalhas que travamos no CONUNE e que foram parte da nossa campanha para o Congresso e a gestão do DCE em Junho são parte das ideias que queremos contribuir para formar uma chapa comunista para as eleições do CARI, buscando construir um ponto de apoio para forjar uma nova Oposição da UNE, uma vez que a antiga Oposição de Esquerda, como viemos denunciando desde a campanha eleitoral, atua com os mesmos métodos burocráticos que a ala majoritária da direção, sem organizar os estudantes pela base, o que ficou ainda mais nítido durante o Congresso da UNE, quando essa majoritária deu espaço para golpistas, reitorias e representantes capitalistas e os estudantes que não eram parte das principais correntes políticas sequer tinham direito à voz nos grupos de discussão. O movimento Correnteza, que se dizia “Oposição”, ao invés de colocar toda a sua força para se contrapor à essa linha da direção, teve a sua antiga Secretária Geral, Isis Mustafá, aluna da UFABC, tirando foto com Flávio Dino (Ministro da Justiça), Barroso (Ministro do STF) e o próprio presidente Lula, sendo conivente com esse atrelamento da nossa entidade ao Estado capitalista.

Por isso uma das conclusões do 59º Congresso da UNE é que a antiga Oposição de Esquerda, que nunca serviu efetivamente para contrapor a linha da majoritária, acabou. E é uma tarefa dos estudantes de construir uma nova Oposição que possa tirar conclusões desse processo, partindo de desde cada Centro Acadêmico atuar de forma completamente diferente, buscando relacionar as suas demandas especificas com os debates nacionais e internacionais, permitindo a politização, além de produzir a confiança na nossa própria organização e luta para estruturar um movimento estudantil na UFABC independente dos governos e reitorias.

Os internacionalistas “de combate” dentro de um CA de Relações Internacionais

A Faísca Revolucionária é uma juventude com ideias trotskistas impulsionada pelo Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT) e estudantes independentes. Surgimos em 2016, inspirados nas ocupações de escola e decididos por enfrentar o golpe institucional de forma independente do PT que mesmo estando a frente da UNE e das principais Centrais Sindicais, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), não organizou qualquer resistência. Ser uma juventude com ideias trotskistas significa ser uma juventude marxista revolucionária que batalha por uma perspectiva internacionalista da revolução socialista, que mantém os fios de continuidade com a ideia de que a classe trabalhadora não tem pátria e que é preciso retomar a perspectiva revolucionária concluída no Manifesto Comunista de 1848 com a máxima: "Trabalhadores de todo o mundo, uni-vos!".

Nosso internacionalismo é “de combate”, se baseia no acompanhamento e na busca de contribuir para a vitória da classe trabalhadora e da juventude em cada um dos seus combates. Vibramos com a luta contra a Reforma da Previdência na França, acompanhamentos a resistência dos trabalhadores e dos povos originários contra o golpe de Dina Baluarte no Peru e todo o processo de formação de sindicatos nos EUA, como um resultado dessa nova geração U que protagonizou o Black Lives Matter e com todo seu orgulho LGBTQIAP+ fundam os primeiros sindicatos na Starbucks, Amazon e Apple.

Por isso, queremos ser parte da organização dos estudantes de Relações Internacionais que acompanham o capitalismo em sua fase mais decadente, (produzindo novamente guerras reacionárias como a invasão da Ucrânia pela Rússia), que vibra com a luta de classes internacional em busca de refletir os desafios, as contribuições e as tarefas do movimento estudantil, podendo aprender com cada um desses processos e produzir na universidade um debate riquíssimo a respeito dos debates que surgem na esquerda mundial e entre a intelectualidade.

Queremos promover debates, lançamentos de livros, espaços de formação, painéis e observatórios que ajudem a divulgar os processos de luta de classes pelo mundo que as grandes mídias capitalistas buscam ofuscar ou diretamente esconder. Queremos apresentar a voz dos trabalhadores e não dos imperialistas, capitalistas e bilionários. Produzir solidariedade internacional e poder contribuir para a formação de internacionalistas sob um olhar materialista histórico e dialético que permita nos conectar com a realidade viva e em constante transformação.

Por isso também queremos contribuir recuperando os debates históricos que foram apagados pela burguesia internacional e pelo stalinismo, que atuam para que as nossas gerações não possam se conectar com a tradição revolucionária, a fim de que não conheçam a história das suas revoltas e revoluções e não aprendam com as derrotas que tivemos. Queremos nos contrapor às mentiras racistas, machistas e LGBTfóbicas, que buscam apagar as nossas histórias de luta e demonstrar o papel das mulheres revolucionárias, como a grande Rosa Luxemburgo, no pensamento internacional e desta maneira fortalecer toda a nossa universidade desde um ângulo profundo das experiências históricas mais importantes do século passado.

Por um CARI proporcional, combativo e aliado à classe trabalhadora

Como viemos ao longo de todo esse ano debatendo com es estudantes, como nas eleições recentes para o CABCH, precisamos de entidades políticas, militantes e aliadas à classe trabalhadora. Isso se faz ainda mais claro quando entendemos a definição de Lenin sobre a época imperialista: uma época de crises, guerras e revoluções. A economia capitalista da nossa época é marcada pelos grandes monopólios e por um mundo inteiro já dividido nas zonas de influência e dominação imperialista, impossibilitando assim a existência de entidades “neutras”. Ainda mais num momento onde vemos uma profunda integração das entidades ao Estado capitalista e aos seus governos que buscam garantir os lucros em detrimento da vida da população.

Na UFABC, sabemos que o Curso de RI é um dos mais concorridos dentro do BCH e isso implica em uma série de dificuldades, entre elas, a de conseguir pegar as matérias para o seu quadri ideal, precisamos batalhar pela contratação de mais professores e uma oferta maior de disciplinas, assim como num debate mais profundo sobre a elaboração da grade curricular, onde es estudantes devem ter um papel protagonista. Também queremos auxiliar seguir o trabalho em auxiliar os estudantes sobre a oferta de disciplinas, na elaboração da matricula e o acompanhamento de denúncias sobre assédios e problemas com os professores

Queremos um Centro Acadêmico que aposte na formação e na organização dos estudantes do BCH e de Relações Internacionais, mas que não se limite a isso. Como parte de uma entidade estudantil, é preciso não separar as demandas específicas de RI das demandas gerais des estudantes, por isso achamos fundamental se colocar na linha de frente pela permanência de todes es estudantes, batalhando por permanência SEM precarização. Buscando se aliar aos trabalhadores terceirizados contra esse projeto de universidade petista que tem como pilar a precarização, começando pela defesa de um RU e um Fretado estatizados, e a efetivação de todes es trabalhadores terceirizades sem necessidade de concurso público. Na defesa de bolsas para toda a demanda e no valor de um salário mínimo, reajustadas de acordo com a inflação, assim como fortalecer a luta por uma plano de obras de moradia, salas de aula e laboratórios coordenado pelos estudantes e trabalhadores. Para poder levar a frente essas lutas, é fundamental que o CARI seja independente da Reitoria.

Mas a nossa luta não pode se limitar a UFABC, uma vez que precisamos de uma entidade que se posicione de forma independente do governo Lula-Alckmin e que sirva como um ponto de apoio para reorganizar a Oposição dentro da UNE para poder enfrentar os ataques em curso como o Arcabouço Fiscal, o novo teto de gastos de Lula e Alckmin, além do Marco Temporal e seguir a luta pela revogação das reformas, especialmente a do Ensino Médio.

Para fortalecer essas lutas, defendemos que a gestão do CARI seja proporcional, permitindo com que todos os votos dos estudantes estejam representados proporcionalmente na entidade, e ajudando a acelerar a experiência com as diferentes concepções e programas defendidos entre as chapas concorrentes. Acreditamos que esse método contribui para a unidade que precisamos para derrotar os nossos inimigos, como também para demonstrar na prática as diferenças que aparecem nas campanhas eleitorais.

Vem construir com a gente essa chapa COMUNISTA!




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