Inaugurando o novo quadro do Esquerda em Debate - Diálogos da luta negra, com Marcello Pablito, dirigente do Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT) e um dos organizadores do livro A revolução e o negro, publicado pelas Edições Iskra. Neste novo quadro serão entrevistados intelectuais, ativistas e militantes da esquerda que são referência nos debates teóricos, políticos e práticos da luta negra no Brasil e no mundo. O entrevistado desta semana foi João José Reis, historiador e professor doutor da UFBA, especialista no tema da escravidão e da resistencia negra dos escravizados.
O debate se iniciou com a exposição do professor sobre sua visão em relação a identidade étnica negra, que tem sido parte de processos importantes da luta de classes internacionalmente, com os processos de luta e revolta escrava no Brasil e o sentido de continuidade deste processo na política brasileira atual. foi falado sobre como na Bahia em particular este processo de identidade étnica foi especialmente importante, com exemplos de revoltas como a revolta dos Malês de 1835 e na greve dos ganhadores de 1857.
Foi comentado sobre a questão dos cantos de trabalho, que funcionavam como uma espécie de célula de subversão dos negros escravizados e que foi elemento presente desde a primeira revolta em diante. E também sobre o impacto da revolução haitiana no brasil e como o medo da burguesia escravista levou a formação de instituições repressoras de Estado que perduram até os dias de hoje, mantendo negras e negros sob constante repressão e opressão. Por fim foi comentado sobre a relação entre o racismo e o trabalho precário na atualidade, em especial as novas formas de exploração como o trabalho de aplicativos, mas também a terceirização.
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