Em entrevista realizada na manhã desta terça-feira (3), Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, se utiliza de toda sua demagogia e mentiras asquerosas para atacar os trabalhadores do metrô e CPTM em seu direito de greve por um transporte de qualidade para a população.
terça-feira 3 de outubro de 2023 | Edição do dia
Tarcísio afirma que as linhas mais deficitárias são as linhas públicas e defende linhas privadas das críticas, como a 8 (Diamante) e 9 (Esmeralda) da CPTM, alegando que quem acompanha de perto percebe que a cada dia elas apresentam menos falhas, e que, se as possuem, é porque foram entregues já sucateadas à iniciativa privada.
Quando, na verdade, a população e os próprios trabalhadores do trem e do metrô sentem na pele a cada dia e sabem mais do que ninguém as consequências das privatizações das linhas, que geram tarifas mais altas e o aprofundamento da precarização dos serviços com recorrentes falhas, descarrilamentos, superlotação, acidentes e riscos a integridade de quem depende do serviço público para trabalhar todos os dias. Ou seja, o sucateamento é fruto do próprio descaso do governo, que gera o problema para depois entregar os serviços públicos nas mãos dos tubarões do transporte.
Além disso, o governador mente que a situação do metrô e CPTM está apenas em fase inicial de estudos quanto a concessão à empresas privadas. Enquanto reclama que o governo sequer pode estudar a possibilidade para posteriormente apresentar à população em audiência pública, reforçando demagogicamente que é um processo que não se faz sem a participação social, na verdade, Tarcísio já tem data marcada para a venda da linha 7 da CPTM, e a terceirização do atendimento de estações e manutenção de trens também já está marcada para as próximas duas semanas.
O governo do estado e mídia burguesa tentam jogar a população contra a greve, declarando que os trabalhadores e sindicatos estão desprezando a população com a paralisação das linhas, porém, como se expressou nos comentários da nota divulgada pelo instagram do governo de São Paulo, a população rechaçou o ataque a greve e demonstrou apoio a mobilização. Quem despreza os trabalhadores e a população é o governo reacionário de Tarcísio, apoiado pela justiça antissindical e antidemocrática que desde um primeiro momento já ataca com medidas duras o direito de greve dos trabalhadores, sinalizando que está disposta a pactuar com o plano de privatizações do governo, plano esse que visa aprofundar ainda mais as privatizações com a venda da SABESP, que pode deixar milhões de moradores sem água e esgoto no estado.
Os trabalhadores do metrô, CTPM e SABESP junto aos trabalhadores e estudantes da USP, que também estão em greve, são um forte exemplo de como se enfrentar com os ataques também em outros estados e a nível federal contra o governo Lula-Alckmin que avança com o Arcabouço Fiscal, um novo teto de gastos para garantir o pagamento da fraudulenta dívida pública, que fortalece as políticas de privatização. É necessário unificar as lutas das diferentes categorias com as demandas mais sentidas pela população, além de exigir das centrais sindicais, como a CUT e CTB, e as direções do movimento estudantil como a UNE, que construam em cada local de trabalho e estudo a luta contra as reformas e ataques.
