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Internacionalismo | Trabalhadores de Jerusalém, Cisjordânia, Líbano e Jordânia mostram o caminho para a libertação da Palestina com Greve Geral

Em meio a ofensiva do Estado de Israel contra a vida dos palestinos após o fim do cessar-fogo (01/12), a solidariedade internacional a luta palestina também se expande. Nesta segunda-feira (11), Jerusalém Oriental, Cisjordânia, Líbano e Jordânia declararam greve geral em apoio aos palestinos de Gaza.

Julia CardosoEstudante de Ciências Sociais da USP

terça-feira 12 de dezembro de 2023 | Edição do dia

Não há mais nenhum lugar seguro aos Palestinos. O que vemos em Gaza são os bombardeios mais vorazes do que antes do cessar-fogo. O exército israelense havia obrigado a população palestina migrar para o Sul de Gaza, mas não deixou de atacar a faixa ao norte. E quanto ao Sul, a situação piora. Isso porque, para além de contarem com os bombardeios e tanques de guerra do Estado de Israel, contam com uma região sem infraestrutura básica de água, eletricidade ou abrigo. Assim, a região se torna um verdadeiro campo de guerra contra os palestinos.

No entanto, assim como se acelera as condições do massacre, se intensificam as mobilizações internacionais de solidariedade ao povo palestino, sendo essas que apontam o caminho para libertação deste e todos os povos do mundo.

Nesta semana, vimos a deflagração de greve geral em Jerusalém Oriental, Cisjordânia, Líbano e Jordânia que amanheceram no dia de ontem com as cidades paradas, sem comércio, escolas ou bancos funcionando. Para além de contarem com manifestações de rua, no caso da Jordânia, em que a população carregava cartazes “#strikeforgaza” (greveporgaza). Protestos semelhantes também foram verificados na Cisjordânia e no Líbano.

Este exemplo de solidariedade internacional somado aos demais, como a greve estudantil na Espanha, mostram como temos uma geração que não se contenta em assistir pelas notícias de tal limpeza étnica, mas sim, que se levanta e grita pelo fim da opressão e das mortes causadas pelo colonialismo e imperialismo capitalista. A história já nos mostrou que é nessa força que devemos confiar e que esta é capaz de parar guerras entre as burguesias nacionais que custam a vida da população oprimida e dos trabalhadores.

Nas décadas de 60 e 70, as juventudes de todo o mundo, por diferentes continentes, se levantaram contra o conflito imperialista da guerra do Vietnã, e esta mobilização internacional colocou a primeira derrota dos EUA. Sendo esse movimento, parte importante de ser a faísca das mobilizações que no caso dos EUA se uniram com os direitos civis e contra o racismo e apartheid do país, no caso do continente africano, deu início a mobilização pela libertação do colonialismo e por gritos de independência. Assim, a luta de classe internacional que foi parte de parar uma guerra é parte também de fundar uma subjetividade anti-imperialista e anticolonialista de uma geração que não aceita que seremos nós, juventude, mulheres, crianças e trabalhadores, que pagaremos com a vida para garantir mais e mais lucros às burguesias imperialistas. Não pode ser que esse seja o futuro da humanidade, a época de crises e guerras tende cessar. E, para isso, as mobilizações internacionais de solidariedade mostram mais uma vez o caminho.

Vemos aqui, que nossa confiança deve estar depositada na força da luta internacional, sem nenhuma confiança nas mídias burguesas, ONU ou burguesias nacionais que fazem demagogia com o conflito sem nem mesmo responsabilizar diretamente o Estado de Israel pelas milhares de mortes.

No caso brasileiro, temos o governo Lula que mantém relações políticas, econômicas e militares com Israel e faz demagogia com o conflito. Na sua tentativa de se manter em uma posição neutra, em virtude das relações políticas que mantêm com Israel, o governo brasileiro nem mesmo responsabiliza esse Estado pela maioria dos mortos e, mais, nem mesmo nomeia que a maioria dos mortos são palestinos.
Ou seja, a comoção de Lula pelas mortes dessa limpeza étnica em nada converge com a sua política. Sua tentativa de manter neutralidade por parte do governo brasileiro resulta em nada menos que a conivência com o conflito e isenção da responsabilidade do Estado assassino de Israel que coloca todos os dias cenários de desespero na vida de cada palestino em Gaza.

Assim, vemos que é urgente que a luta internacional de solidariedade ao povo palestino se intensifique e se amplie. É fundamental que as grandes centrais sindicais e entidades estudantis brasileiras, como CUT, CTB e UNE, atendam ao chamado dos sindicatos palestinos pela solidariedade internacional em exigência pelo cessar fogo imediato na Faixa de Gaza e pela ruptura de todos os acordos dos governos com Israel.




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