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ALCKMIN | Alckmin acusa moções das Faculdades de Educação da USP e da Unicamp de corporativistas

Geraldo Alckmin (PSDB) se exaltou ao ser questionado sobre as críticas que as Faculdades de Educação da USP e Unicamp contra a reorganização das escolas e disparou “Não há nada mais corporativo que USP, Unesp e Unicamp. Por isso, estão quebradas.”

quarta-feira 2 de dezembro de 2015 | 00:00

Em declaração dada ao programa “É Notícia”, da RedeTV! nesta terça-feira, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) se exaltou ao ser questionado sobre as críticas que as Faculdades de Educação da USP e Unicamp contra a reorganização das escolas e disparou “Não há nada mais corporativo que USP, Unesp e Unicamp. Por isso, estão quebradas.”

Cego de ódio ao saber que seu projeto foi classificado pelas melhores Faculdades de Educação do país como uma “agressão a todos os que trabalham em prol da educação pública de qualidade”, além de “uma intenção irresponsável de economia de gastos públicos” e “estímulo para a privatização do ensino”, o governador de São Paulo não mediu o tom e afirmou que as instituições “representam o corporativismo ao extremo”.

Muito diferente do que a indignação exasperada do governador afirma, as manifestações das Faculdades de Educação da USP e Unicamp contrárias à reorganização da rede estadual de ensino básico simbolizam o sentido a que deve servir o conhecimento e a intelectualidade de uma Universidade Pública. Autônomas em relação aos governos e críticas às políticas privatistas e conservadoras.

Alckmin ainda, na ânsia de acusar de corporativismo a postura das Faculdades de Educação, soltou a bravata de que “esse é o modelo petista introduzido no Brasil de corporativismo extremado”. Carece lembrar a Alckmin que a estrutura de poder das Universidades é tão medieval que os Reitores são indicados pelo próprio Governador! E que foi o seu companheiro tucano de partido e antecessor nos Bandeirantes, José Serra, que tentou, sem êxito, retirar das Universidades sua autonomia financeira, colocando sua estrutura e seus recursos humanos subordinados a gerência do Estado administrado pelos tucanos.

As três universidades são mantidas com parcela do que o Estado arrecada com impostos e têm autonomia para definir o gasto. Desde 1995 que a porcentagem repassada se mantém em 9,57%, insuficiente para gerir as necessidades das três Universidades. Esse ano, demonstrando seu total “descompromisso com a oferta pública da educação”, Alckmin ainda tentou transformar esse valor mínimo em máximo, para poder diminuir o repasse público de verbas para as Universidades e quebrá-las ainda mais do que as consequentes gestões tucanas tem feito nos últimos 20 anos.

De acordo com as Faculdades de Educação, a reorganização que prevê o fechamento de 92 escolas, além da transferência de 300 mil alunos de colégio em 2016 é um “descaso e o desrespeito às crianças e aos jovens, estudantes das escolas públicas, bem como a seus familiares e ao conjunto dos professores e funcionários que trabalham nos locais”.




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