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Conciliação com a direita | Absurdo: centrais sindicais convidam Tarcísio, Nunes, Lira e Pacheco, inimigos dos trabalhadores, para 1º de maio em SP

Na próxima semana ocorre o 1º de maio, uma data histórica e internacional de luta da classe trabalhadora. Como vem ocorrendo há anos, as grandes centrais sindicais, como CUT e CTB, além daquelas mais diretamente patronais, como UGT e Força Sindical, buscam esvaziar de sentido a data. Neste ano, chegaram ao cúmulo de convidar o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB), Arthur Lira (PP) e Rodrigo Pacheco (PSD), inimigos declarados da classe trabalhadora, para esta data.

quinta-feira 25 de abril | Edição do dia

Tais convites absurdos não deixam dúvidas: as grandes centrais sindicais querem que o 1º de maio seja uma grande celebração ao lado de nossos inimigos. Arthur Lira, presidente da Câmara de Deputados, foi articulador de cada uma das reformas e cortes de orçamento que destruíram direitos nos últimos anos. A reforma da previdência, a reforma trabalhista, a terceirização irrestrita, além de outras medidas de ataque tiveram seu apoio entusiasmado. Assim também é com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Toda essa herança de ataques, cortes e privatizações, que tem grande responsabilidade dessas figuras, vem sendo preservada integralmente pelo governo Lula-Alckmin, com novos ataques como o arcabouço fiscal e a lei geral das polícias, que evidentemente também tiveram apoio dos presidentes reacionários das duas casas. Não há dúvidas de que, ao contrário de receber esses inimigos da classe trabalhadora e ouvir seus discursos de direita, o 1º de maio deveria ser marcado por um forte enfrentamento contra a política que eles levam à frente há anos.

O governador de São Paulo teve seu primeiro ano de gestão marcado pelas lutas contra as privatizações que tentou impor, em uma verdeira declaração de guerra contra a classe trabalhadora e o povo de São Paulo. Privatizou a Sabesp e segue buscando caminhos para avançar contra o Metro e a CPTM, tendo seus planos barrados pelos trabalhadores, que protagonizaram fortes dias de luta. Como resposta, seu governo desferiu uma grande perseguição contra setores da vanguarda operária que se ergueu para barrar seus ataques.

Ele também é responsável pelo rastro de sangue deixado pela polícia na Baixada Santista, onde dezenas de pessoas foram mortas em Operações policiais e particularmente na Operação Escudo este ano, aterrorizando as comunidades com a polícia mais assassina do mundo.

O prefeito Ricardo Nunes, outro convidado das centrais sindicais para o 1º de maio, também teve que se enfrentar com os trabalhadores da educação municipal, que protagonizaram uma forte batalha neste ano contra o arrocho salarial. Ao longo de sua gestão foram diversos ataques contra os trabalhadores e a população, precarizando a saúde, a educação e o conjunto dos serviços públicos.

É uma verdadeira afronta que essas figuras de direita, evidentemente inimigos da classe trabalhadora, tenham sido convidadas ao ato do 1º de maio. A justificativa, segundo declarou à Folha de São Paulo o burocrata Juruna, da Força Sindical, é que estão seguindo a orientação de Zé Dirceu, de unidade com a mal chamada "centro direita", que na verdade é direita e inclusive apoiou e foi parte de sustentar o governo reacionário de Bolsonaro junto aos militares. Isso confirma a política das centrais sindicais de transformar essa data em uma grande celebração da unidade com nossos inimigos, em consonância com a política do governo Lula nacionalmente, que tem Alckmin como vice, além de ministros reacionários e uma base na Câmara e no Senado composta por diversos partidos de direita. É a conciliação com a direita que fortalece a extrema direita, e não à toa todas essas figuras já estiveram junto a ela.

Em um ato para o qual foram convidados Tarcísio e Nunes, não haverá espaço para nenhuma reivindicação dos trabalhadores das universidades federais, em greve há mais de um mês contra o arrocho salarial imposto pelo arcabouço fiscal, elaborado pelo governo e apoiado por toda a direita e extrema direita. Também as pautas dos estudantes e professores, que em diversas universidades do país também se colocam em luta, não terão espaço em um ato assim.

É por isso que nós do MRT e do Esquerda Diário viemos construindo em diversas cidades do país atos independentes do 1º de maio. Não marchamos junto a patrões e seus políticos e nossas bandeiras não estão em negociação com nossos inimigos. Nos espaços da CSP-Conlutas viemos batalhando pela construção de manifestações independentes, que marquem essa data como um dia de luta da nossa classe, com independência dos governos e patrões, erguendo também a bandeira da defesa do povo palestino contra o genocídio de Israel, assim como os estudantes dos EUA que ocupam suas universidades para fazer essa denuncia. As lutas em defesa da educação mostram o caminho para unir nossa classe e derrotar a precarização, as privatizações e o arcabouço fiscal. Leia nossa declaração completa sobre a data




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