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Metrô de SP | Congresso dos Metroviários reafirma a unidade com as terceirizadas: efetivação já!

O 14° Congresso dos Metroviários, que ocorreu entre os dias 11 e 14 de abril, mais uma vez aprovou entre suas resoluções a necessidade de uma forte aliança com as terceirizadas e terceirizados que prestam serviço no metrô, defendendo a efetivação de todos sem necessidade de concurso público e também o bilhete de serviço que permite a entrada gratuita no metrô e CPTM, um direito que todos os efetivos possuem.

domingo 28 de abril | Edição do dia

Durante o 14° Congresso dos Metroviários, o tema da terceirização e precarização do trabalho cruzaram as distintas mesas temáticas de opressões, conjuntura nacional e internacional e a de organização e lutas da categoria. Nós do Movimento Nossa Classe e do grupo de mulheres Pão e Rosas, que também somos parte minoritária da diretoria do Sindicato dos Metroviários, interviemos nesse congresso defendendo a necessidade da nossa categoria ser linha de frente na defesa dos setores mais explorados e oprimidos da classe trabalhadora.

A luta pela efetivação de todos os terceirizados sem necessidade de prestarem concurso público é uma importante resolução que defende a unidade da nossa classe diante dos ataques do governador Tarcísio (Republicanos) no estado. Esse governo que é a herança asquerosa do bolsonarismo quer fazer de SP sua vitrine e alçar sua candidatura nas próximas eleições presidenciais. Tarcísio quer derrotar os trabalhadores, avançando na privatização de tudo, dividindo a nossa categoria entre efetivos e terceirizados para nos enfraquecer e abrir cada vez mais espaço para a privatização que encarece e precariza os serviços prestados à população em nome do lucro dos empresários. Além de avançar na precarização e retirada de direitos dos trabalhadores, pagando salários e direitos três vezes menores do que um trabalhador efetivo, além de jornadas e escalas de trabalhos exaustivas e assédio moral constante aos terceirizados.

Os setores da burocracia sindical da CTB e da CUT não tiveram vergonha de mais uma vez defenderem contra a resolução de efetivação, assim como já haviam feito no último congresso. O que não espanta, já que durante todo o ano passado cumpriram um papel de dificultar a unificação de nossa classe, trabalhando para isolar a luta dos metroviários das demais categorias como, CPTM, Sabesp e Professores a partir dos sindicatos que dirigem. Uma prática que não é nova e que é condizente com uma burocracia sindical que se apoia no corporativismo para defender seus próprios privilégios. Na plenária final, a votação em favor da defesa de efetivação dos terceirizados teve a ampla maioria dos votos.

VEJA A DEFESA DE TAMIRIS CARVALHO, DELEGADA AO CONGRESSO, DO GRUPO DE MULHERES PÃO E ROSAS E DO MOVIMENTO NOSSA CLASSE:

Outra importante resolução aprovada foi a defesa do bilhete de serviço a todos os terceirizados, ou seja, que todos tenham o mesmo bilhete que os efetivos já possuem e que permite entrada gratuita pelas estações do Metrô e CPTM estatais. Essa demanda já havia sido pauta da campanha salarial do ano passado e com a aprovação também no congresso fortalece ainda mais a luta na unidade entre efetivos e terceirizados.

VEJA A FALA DA PROFESSORA DA REDE MUNICIPAL, GRAZI RODRIGUES, PELO GRUPO DE MULHERES PÃO E ROSAS NA MESA DE OPRESSÕES:

Por isso, nós do Nossa Classe batalhamos há anos pela unidade entre efetivos e terceirizados em todas as categorias que a terceirização e precarização avançam, consequência da política dos governos ao lado dos interesses capitalistas. No metrô, a aprovação no 13° congresso em 2021 da bandeira de efetivação de todos os terceirizados sem necessidade de concurso público foi fruto dessa batalha, e que no congresso deste ano foi reafirmada pelas delegadas e delegados.

Como sempre viemos denunciando, a terceirização e a precarização tem rosto de mulher negra, nordestina e imigrante em nosso país. Isso porque opressão e exploração caminham de mãos dadas. Com o golpe institucional de 2016, a aprovação da Reforma Trabalhista e da Previdência e da Lei da Terceirização Irrestrita (essa última reafirmada pelo STF) foram ataques para descarregar os custos da crise econômica nas costas de nós trabalhadores. E isso recai com ainda mais força sobre os setores oprimidos da nossa classe, como as mulheres, negros, LGBTQIA+, indígenas e imigrantes.

Por isso nesse congresso também defendemos a importância de que a nossa luta contra a precarização do trabalho e as opressões seja independente de todos os governos e patrões. Enquanto o governo de SP ataca e persegue os metroviários que lutam contra a privatização e a terceirização, o presidente Lula assina um cheque de 10 bilhões para que Tarcísio possa avançar nas privatizações no estado. O governo de frente ampla Lula/Alckmin também foi responsável por aprovar o novo teto de gastos, conhecido como Arcabouço Fiscal, que está limitando a destinação de verbas para saúde e educação. E agora, Lula assina o PL da uberização que institucionaliza o trabalho precário e gera as bases para a sua generalização, legalizando uma nova cisão entre a classe trabalhadora.

Ou seja, Lula vem consolidando um pacto com o governador de São Paulo, que garante a estabilidade do regime e todo o legado de ataques dos governos golpistas de Temer e Bolsonaro que recaem sobre as costas dos trabalhadores. Tudo isso com o aval das maiores centrais sindicais, como CUT e CTB, que colaboram com o governo federal para conter e dividir as nossas lutas. Por isso também defendemos no congresso que é preciso um chamado às centrais sindicais para que saiam da paralisia, em nome de apoiar o governo de frente ampla, e que convoquem e organizem uma paralisação unificada contra Tarcísio.

Leia mais: Editorial do MRT - São Paulo: Unificar a classe trabalhadora paulista para derrotar Tarcísio e Nunes

VEJA A FALA DE LARISSA, METROVIÁRIA DELEGADA AO CONGRESSO, DO GRUPO PÃO E ROSAS E DO MOVIMENTO NOSSA CLASSE:

Nós do Movimento Nossa Classe e o grupo de Mulheres Pão e Rosas, como ala minoritária na diretoria do Sindicato dos Metroviários, temos orgulho de estarmos na linha de frente em defesa dos terceirizados. Somos parte de impulsionar junto a intelectuais e juristas o Manifesto Contra a Terceirização e Precarização do Trabalho, um instrumento de luta que reúne o apoio de milhares de intelectuais e ativistas de esquerda, trabalhadores, estudantes, lideranças e organizações sindicais. Batalhamos pela necessidade de lutarmos de forma unificada e independente contra Tarcísio e a precarização de nossa classe, chamando também a unidade para barrar a ofensiva repressiva contra o sindicato e os que lutam contra a privatização.




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