Denúncia | O lucro acima da saúde: Qualitech demite trabalhador com diabetes que não poderia trocar de turno

A empresa Qualitech, que presta serviços de vigilância na Unicamp, recentementeprotagonizou um absurdo caso onde, mesmo após o falecimento da filha de uma trabalhadora, a mesma não foi liberada mais cedo do serviço. Agora, nós do Esquerda Diário recebemos uma denúncia de que essa mesma empresa demitiu por justa causa um trabalhador que se recusou a trocar de turno por problemas de saúde.

O trabalhador Alexandre, muito conhecido por todos aqueles que frequentavam o Restaurante Universitário da Unicamp, foi demitido por justa causa pela empresa Qualitech. O caso ocorreu da seguinte forma: no dia 26/01 deste ano, Alexandre, (ou Ale, como é conhecido), foi chamado para o escritório para uma conversa com a chefia. Chegando ao local, o trabalhador foi recebido com muitos cumprimentos e elogios, apenas para receber em seguida a proposta de mudar de turno e de posto de trabalho. O novo horário de trabalho seria o turno noturno, mas como Ale tem diabetes, e por isso, horários controlados para tomar seus remédios, ele recusou a proposta, dizendo que isso poderia prejudicar sua saúde. A chefia então, mudando de postura, o demitiu por justa causa, alegando que o mesmo estaria sendo insubordinado.

Alexandre não recebeu a maior parte de seus direitos trabalhistas, como FGTS, Seguro desemprego, férias e 13º. As empresas terceirizadas, em particular as que atuam na Unicamp, estão se valendo desse método de demissão por justa causa para garantirem cada vez mais seus lucros. Vale também lembrar que o funcionário em questão era muito próximo de toda a comunidade, em particular des estudantes, o que poderia configurar um tipo de perseguição política.

A terceirização na Unicamp tem se mostrado cada vez mais brutal, com diversas denúncias se multiplicando em diferentes setores da universidade, como entre es trabalhadores do bandejão mas também da vigilância e da saúde. A reitoria de Tom Zé é conivente com toda essa exploração e precarização das condições de vida dessas pessoas que trabalham todos os dias para manter a universidade de pé. A única forma de se enfrentar consequentemente com essa situação é levando à frente um programa que garanta o pagamento de todos os direitos aos trabalhadores terceirizades, contra toda a forma de perseguição arbitrária, por mais contratações e fretados, pelo direito à creche e ao Cecom e pela efetivação imediata de todes es trabalhadores terceirizades sem a necessidade de concurso público.