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DEMISSÕES NOS TRANSPORTES | 79% dos empresários dos transportes demitiram em 2015, mostra pesquisa da CNT

Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Transportes (CNT) com representantes do setor apontou que 79,1% dos entrevistados realizaram demissões de trabalhadores neste ano.

quarta-feira 25 de novembro de 2015 | 01:00

De acordo com o estudo, o fraco desempenho econômico e a retração da demanda dos setores produtivos têm levado os transportadores a reduzir seus quadros de funcionários. O levantamento "Sondagem Expectativas Econômicas do Transportador", realizado anualmente pela CNT desde 2012, entrevistou 713 empresas de todos os modais (rodoviário, ferroviário, aquaviário e aéreo), de cargas e de passageiros.

Segundo a confederação, o estudo revela um quadro de pessimismo e falta de perspectiva de melhoria a curto prazo sobre a economia do País. "O momento é de alerta e inspira cuidados nos diversos segmentos do transporte. No ano passado, os transportadores já não se mostravam otimistas mas, agora, a situação está ainda mais grave", afirma o presidente da CNT, Clésio Andrade, no levantamento.

Na sondagem, 54% dos entrevistados disseram que deverão ter redução da receita bruta na comparação com 2014. Ainda de acordo com o estudo, 86% dos transportadores entrevistados não confiam na gestão econômica do governo federal e 49% acreditam que o País só voltará a crescer em 2017. Outros 19,6% esperam crescimento somente em 2018.

O setor de transportes no país foi um dos batalhões da classe trabalhadora brasileira que mais fez greves em 2014 e 2015. Dentre elas podemos enumerar as greves dos motoristas de ônibus do Rio Grande do Sul, de São Paulo e diversas capitais, que paralisaram o país junto aos trabalhadores metroviários da capital paulista (que protagonizaram a maior greve da categoria durante a Copa do Mundo), mineira e de outros estados. Estes trabalhadores foram incansavelmente perseguidos pela patronal, que abriu processos de sindicância e demissão para aterrorizar os trabalhadores. Mesmo os rodoviários de Brasília, que se manifestaram paralisando vias em solidariedade aos professores do Distrito federal, foram brutalmente perseguidos.

Não se trata da elevada carga tributária, ou o maior número de roubo de cargas, o que realmente atemoriza os capitalistas do transporte: foram as respostas dos trabalhadores contra os ataques aos seus direitos e em solidariedade com outras categorias, exemplos que a patronal quer eliminar num cenário de ajustes e arrocho salarial, para que a luta de classes neste setor estratégico da economia não seja um fator na relação de forças.

As ameaças de redução nas receitas serve como aviso da patronal para que os trabalhadores "não arrisquem defender direitos, para que não percam o emprego". É preciso batalhar pela reintegração de todos os trabalhadores demitidos e perseguidos por lutar.


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