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ECONOMIA | Brasil perde o selo de bom pagador e Levy afirma que é "preciso agir"

A agência de classificação de risco Fitch retirou nesta quarta-feira, 16, o grau de investimento do Brasil. A instituição rebaixou o rating do nível BBB- para BB+, com perspectiva negativa. Segundo a agência, o rebaixamento reflete a depressão mais profunda da economia que o antecipado e também acontecimentos fiscais adversos e crescente incerteza política.

quinta-feira 17 de dezembro de 2015 | 00:01

Fitch também informou que a perspectiva negativa reflete contínua incerteza e risco de piora econômica. Também envolve risco de piora fiscal e política. No comunicado, a agência ainda citou efeitos negativos das investigações de corrupção na Petrobras (que ontem por exemplo, levaram a investigações na casa de Eduardo Cunha outros políticos do PMDB, veja aqui) e a deterioração econômica contínua, diante de condições econômicas mais fracas, com projeção de queda no PIB em mais de 3% para este ano.

De acordo com a Fitch, o ambiente externo segue difícil, com queda nos preços das commodities e desaceleração na China.

A agência de classificação de risco destacou também que repetidas mudanças nas metas fiscais minaram a credibilidade da política fiscal - veja nota aqui e que o início do processo de impeachment contra a presidente da República, Dilma Rousseff, amplia incertezas políticas.

Repercussão no Planalto: "agir pelo ajuste"

Depois de conversar com o presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), Levy disse que "O Brasil não pode parar", destacando que o Congresso tem sempre dado apoio a aprovação do ajuste fiscal, ao comentar sobre a proposta de redução da meta fiscal que Dilma propôs ao Congresso.

Levy avaliou ainda, que os investidores têm confiança no Brasil, porque os marcos regulatórios estão corretos. Segundo ele, o País tem inúmeros setores com potencial de crescimento. "Vamos tomar todas as medidas necessárias e aprovar as MPs", leia-se, vamos tomar todas as medidas para a aprovação do ajuste, disse. Porém, Levy classificou como "séria" a perda do grau de investimento do Brasil pela Fitch e defendeu que "é "preciso agir". Segundo ele, a resposta está na aprovação das medidas do ajuste fiscal necessárias para a retomada do crescimento.

O Banco Central, também divulgou nesta quarta-feira, 16, nota à imprensa para comentar o rebaixamento do País feito pela agência de classificação de risco Fitch. A agência Standard & Poors também já havia anunciado o rebaixamento do País em 9 de setembro deste ano. "A reclassificação da nota soberana do País pela Agência Fitch não altera o sentido ou a intensidade do ajuste macroeconômico em curso, que já demonstra resultados concretos", afirma o comunicado do BC.

A editora de economia do Esquerda Diário, Flávia Ferreira, argumentou que "o impacto dessa medida será uma maior pressão para a aprovação de ajustes na economia num ritmo mais acelerado, como evidencia a nota a imprensa do Banco Central e com Levy nesta tarde. O imperialismo pela via das agências de risco (que protegem os interesses de lucros de grandes bancos e empresários) se apoia no cenário de crise política interna e na deterioração econômica, para impor ajustes mais duros que serão pagos pelos trabalhadores e os mais pobres. Estes ajustes serão cortes nos gastos públicos, privatizações, aumento na inflação e congelamento e desvalorização dos salários pela via da desvalorização cambial. O Brasil, ao contrário do que pode parecer vem sim gastando milhões a cada ano com um pagamento rigoroso dos juros da dívida pública, porém, em meio à crise dos governos pós-neoliberais, o imperialismo quer pressionar por mais. Ainda não é possível afirmar categoricamente que se abre um período de ’fuga de capitais’ no país, pois os capital internacional ainda está ’de olho’ no Brasil para aproveitar as privatizações, concessões e baixos salários e ainda porque existem outros fatores determinantes para isto como alta nos juros dos EUA e os ritmos da luta de classes no país. Porém, a tendência geral aponta para o aprofundamento do quadro de recessão econômica e, na política, de unidade burguesa pelos ajustes."

Esquerda Diário com informações da Agência Estado


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