Realizaremos sábado (29) um grande encontro de Mulheres e LGBT’s, com a presença da fundadora do "Pan y Rosas" na Argentina Andrea D’Atri, Myrian Bregman, candidata a vice presidente na Argentina pela Frente de Esquerda e dos Trabalhadores, além de centenas de mulheres e LGBTs de distintas categorias de todo país que já confirmaram presença, e querem debater saídas para a violência, assassinatos, assédio no trabalho e a enorme crise política e econômica que vivemos em nosso país.
quarta-feira 26 de agosto de 2015 | 01:12
As professoras estão entre as trabalhadoras que mais sofrem com doenças fruto do trabalho, stress e ansiedade. Somos as professoras que cuidamos e educamos milhares de jovens e crianças e preparamos o futuro de nosso país, mesmo assim somos mal pagas e penamos com a jornada de trabalho extenuante. Somos donas de nossas salas de aula, mas muitas vezes em nossas casas nos enfrentamos com a tripla jornada de trabalho, preparando aulas, corrigindo provas e cuidando dos cuidados da casa, dos filhos e do marido.
Esse ano, passamos por uma dura luta contra o Governo Alckmin por melhores condições de trabalho para nós e de estudo aos nossos alunos, porém, mesmo tendo a frente de nosso sindicato uma mulher, nos deparamos com a dura realidade que a burocracia sindical impõe as lutas. Bebel, a presidenta de nosso sindicato estava mais preocupada com sua localização sindical do que com a vitória de nossa greve, agora seguimos com nossos salários cortados e mais acumulo de trabalho, repondo horas e mais horas de trabalho dos dias de greve e cumprindo nossa jornada habitual.
Para superar a direção traidora e enfrentar Alckmin, precisamos avançar em nossa organização! Somos parte de uma categoria 80% feminina, precisamos lutar para que sejamos nós, professoras de base que estejamos a frente de nosso sindicato, atuando politicamente e rompendo com o machismo que impera em nossa categoria, mesmo sendo nós a maioria esmagadora no trabalho docente de nível básico.
Nacionalmente também sabemos que uma presidente mulher não é garantia para as nossas necessidades, Dilma em seus anos de governo não melhorou em nada a nossa situação, e tem aumentado os ataques a nossa classe. Mas esse ano milhares de professoras em todo o país fizeram greve e mostraram que não aceitaremos mais tamanha precarização de nosso trabalho, do Paraná ao Macapá, passando por São Paulo as professoras mostraram que somos fortes e que iremos lutar.
E é frente a necessidade de colocar na ordem do dia saídas para questão da mulher e LGBTs, que historicamente ocupam os piores postos de trabalho, que nos dirigimos especialmente as Professoras de Santo André, que construíram um fortíssimo comando de greve e que se solidarizaram a outras categorias em luta, mostrando nesses 92 dias de luta que a unidade com outras trabalhadoras é o que pode nos fazer vencer.
Convidamos as professoras a participarem ativamente desse encontro, pois sabemos que nossa realidade é a de várias outras categorias. O encontro se iniciará as 13:30 com um almoço e as 15 horas terá início a mesa de discussão na quadra dos metroviários. Venha compartilhar os problemas da vida e ajudar a fortalecer uma alternativa independente dos governos e dos patrões.
