O juiz abandonou o twitter depois de tanta vergonha alheia. Esses juízes, super-ricos e super-privilegiados não merecem nem uma migalha de nossa confiança. Eles servem aos poderosos e aos corruptos.
Carolina CacauProfessora da Rede Estadual no RJ e do Nossa Classe
quinta-feira 1º de fevereiro de 2018 | Edição do dia
Imagem: Reddit
A Folha divulgou, em recente pesquisa, que 72% dos juízes que pedem auxilio moradia nas altas cúpulas do judiciário já tem apartamento próprio. Cheios de privilégios, esses juízes, que recebem a gorda quantia de R$32.075 por mês e não foram eleitos por ninguém - estão lá por indicações na maioria dos casos - e ainda recebem R$4.378 para morar em mansões luxuosas.
O juiz da Lava-Jato, Marcelo Bretas, é um caso emblemático. Ele entrou na justiça para receber não só um auxílio, mas dois, (sua esposa também é juíza) e ainda fez questão de afirmar irritado em seu twitter que estava atrás de seus direitos. Para esse juiz, ter direitos é acumular super-privilégios (duplos).
O juiz contraria a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que proíbe o acumulo do benefício para casais que moram juntos. Seu apartamento próprio no Flamengo, zona sul do Rio, com vista para o Pão de Açucar, já saiu até em revista de arquitetura e design. O juiz, envergonhado, abandonou o twitter depois de tanta vergonha-alheia:
Agradeço aos mais de 30 mil seguidores.
Findo este período de férias, informo que não usarei esta conta de Twitter pelos próximos meses.
Teremos um ano de muito trabalho ...
Até 👋🏼 pic.twitter.com/l4OzpIaT1z— Marcelo Bretas (@mcbretas) 30 de janeiro de 2018
Esses são os juízes que dizem que vão combater a corrupção. A consequência de seus atos, na verdade, é só substituir uma corrupção por outra, agora privatista e imperialista, e descarregar ataques nas costas dos trabalhadores, nos impondo ataques maiores do que o PT conseguia fazer.
Para de fato haver justiça precisamos lutar para que os juris populares decidam, e que sejam eleitos, revogáveis e ganhem como uma professora. Chega de privilégios para essa casta parasita, que de nada tem haver conosco, trabalhadores.