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28A EM MINAS GERAIS | O dia em que Minas Gerais paralisou de norte a sul do estado

O dia 28A já se configurou como a maior paralisação da classe trabalhadora brasileira em décadas. E Minas Gerais, importante estado do país, um dos que possui o maior número de cidades, também cumpriu seu papel histórico na última sexta.

domingo 30 de abril de 2017 | Edição do dia

De acordo com a CUT, foram mais de 35 milhões de trabalhadores de braços cruzados no país inteiro. E em Minas Gerais, cada região do estado teve suas enormes expressões de força da classe trabalhadora, paralisando transportes, fábricas, escolas, faculdades, serviços, para mostrar que não aceitarão as reformas e ataques desse governo golpistas. De norte a sul do estado, da região metropolitana da capital ao triângulo mineiro, veja aqui onde Minas Gerais fez patrões e governo tremerem.

Capital e região metropolitana

O dia amanheceu com paralisação nos transportes na capital, com as estações São Gabriel, Diamante e Venda Nova fechadas; as estações Barreiro, Vilarinho e Pampulha funcionando parcialmente. Metroviários paralisaram 100% dos serviços. Entre servidores públicos, trabalhadores da educação, saúde, CEMIG, COPASA, Correios, petroleiros, bancários, da limpeza urbana, do INSS, da justiça federal e estadual, do ministério público de MG e da UFMG paralisaram. Importantes colégios particulares também aderiram à paralisação, sendo que na rede privada da região a adesão foi de 80%, e fazendo inclusive uma assembleia de mais de 500 professores, na qual conseguiram um aumento salarial.

Na região metropolitana, transportes paralisaram parcialmente em Contagem e Betim. Em Contagem, importante centro industrial do país, algumas fábricas atrasaram a entrada dos trabalhadores, como por exemplo a Vallourec, maior indústria siderúrgica da região, onde uma importante ação de trabalhadores da fábrica, centrais sindicais, professores, estudantes e movimentos sociais fechou todas as entradas e conseguiu atrasar a entrada em 3 horas. Ali a polícia, tal como na ditadura militar, forçou a abertura de uma das entradas até dispersar manifestantes com bala de borracha.

Houve também a adesão à paralisação dos trabalhos de empresas importantes do Call Center como Atento e AlmaViva, que atendem os serviços da Tim, Tam, Uber e três outras empresas multinacionais.

Juiz de Fora teve uma das maiores adesões à paralisação no estado

Em Juiz de Fora trabalhadores do transporte público, agências bancárias, escolas estaduais e municipais e algumas particulares, além de professores e técnico-administrativos da UFJF, trabalhadores em greve dos Correios, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e dos Médicos também aderiram à paralisação.

Além desses, trabalhadores da telecomunicação (call centers), das creches, do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), os curumins e os serviços de atenção primária à saúde, como as unidades de pronto atendimento (UPAs) e o PAM Marechal também paralisaram. O Hospital de Pronto Socorro (HPS) e outras unidades públicas de saúde da rede de urgência atenderam com apenas 30% do efetivo. Os serviços de limpeza urbana, a empresa municipal de pavimentação e urbanização, secretaria de obras, centros culturais, agentes de trânsito também aderiram.

As Secretarias de Agropecuária e Abastecimento, e a de Transporte e Trânsito (Settra) paralisaram parcialmente.

Triângulo mineiro

Em Uberlândia, os transportes paralisaram logo pela manhã. Trabalhadores da educação das redes municipal, estadual e privada também aderiram à paralisação, assim com técnico-administrativos de UFU e bancários. Em apoio à greve, as secretarias das 47 paróquias da Diocese de Uberlândia e a Cúria Diocesana também não abriram as portas. Servidores administrativos municipais também pararam e fizeram manifestação no Centro Administrativo Municipal.

Já em Uberaba, o dia também amanheceu com as garagens interditadas e sem transporte público. Trabalhadores dos Correios, já em greve, também paralisaram na sexta, junto à professores das redes estadual, municipal e privada.

Sul de Minas

No sul do estado houveram paralisações e manifestações nas principais cidades. Em Varginha, trabalhadores da educação da rede municipal e creches aderiram 100% a paralisação, e a rede estadual parcialmente. O transporte público também paralisou parcialmente, e os servidores do INSS suspenderam os serviços até o próximo dia 2.

Em Pouso Alegre dezenas de escolas municipais e estaduais pararam parcialmente. Em Poços de Caldas, metade das escolas estaduais tiveram paralisação parcial e na prefeitura, dois terços dos departamentos não funcionaram. Já o Ministério do Trabalho e a Secretaria da Fazenda Estadual aderiram 100% à paralisação.

As universidades federais de Lavras, de Itajubá e de Alfenas também tiveram aulas e serviços suspensos, assim como em todas unidades do Instituto Federal do Sul de Minas.

CEMIG e COPASA pararam os serviços também. Na prefeitura de Itajubá também não houve expediente, e na de Varginha o atendimento ao público foi reduzido. Já em Passo, foi decretado ponto facultativo para todos funcionários que não trabalham em áreas essenciais.

Ainda em Itajubá, na Indústria de Material Bélico IMBEL também houve paralisação.

Leste mineiro

O transporte público aderiu parcialmente à paralisação em Timóteo, Coronel Fabriciano, Ipatinga e Governador Valadares. Neste último, trabalhadores da educação das redes municipal, estadual e privada também paralisaram.

Norte de Minas Gerais

Na principal cidade do norte mineiro, Montes Claros, a prefeitura decretou ponto facultativo, devido às manifestações.

Minas Gerais parou, os trabalhadores querem ir por muito mais!

Além de todos esses setores paralisados, de ponta a ponta do estado tiveram grandes manifestações, cortes de avenidas e rodovias. De maneira histórica, a classe trabalhadora mostrou sua força, causou grandes prejuízos aos empresários, além de a população em geral ter mostrado apoio massivo ao longo da semana e nas redes sociais no dia 28.

O dia 28 foi um importante teste, um dia histórico onde a classe trabalhadora mostrou sua disposição. Mas para derrubar Temer e as reformas é preciso ir por muito mais. É preciso que as centrais sindicais chamem um plano de lutas para uma greve geral construída pela base, com assembleias nos locais de trabalho, até que Temer caia, e assim impor que os capitalistas paguem por essa crise.




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