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HOMOFOBIA NAS ESCOLAS | Por conta de um beijo, casal gay pode ser expulso da escola

sábado 4 de abril de 2015 | 00:00

Em Rio Preto, na escola Monsenhor Gonçalves, dois garotos foram suspensos após terem sidos pegos se beijando dentro do banheiro, já que por conta de toda a repressão a sexual existente na sociedade não podem se assumir, tendo que demonstrar seu afeto escondidos. Além da suspensão, os dois corriam o risco de serem expulsos da escola. A família de um deles transferiu o menino da escola e o outro espera a decisão de um conselho para saber se continua matriculado.

O beijo aconteceu, porque o estudante mais velho, do terceiro colegial, tinha acabado de pedir o outro, um ano mais novo, em namoro. Ao aceitar o pedido, o casal decidiu comemorar com um beijo, mas foram vistos por outro aluno que denunciou o fato, levando o ocorrido para a diretoria. Imediatamente um diretor se dirigiu ao banheiro e surpreendeu os alunos levando-os para a diretoria, onde foram informados que estavam suspensos de todas as atividades do colégio por cinco dias e "convidados a se retirarem" da instituição.

O diretor ignorou os pedidos do garoto mais velho, para que não contasse o fato a sua mãe, uma pastora evangélica, e comunicou o fato as famílias dos garotos, que ainda não sabiam da orientação sexual dos filhos. Uma demonstração de desrespeito total com os alunos, que além de enfrentar todas as dificuldades socialmente impostas para assumir sua sexualidade e todos os preconceitos da família, influenciada diretamente pela igreja, tiveram sua intimidade revelada sem a menor chance de diálogo. Sendo que o mais velho chegou a ser expulso de casa e teve que passar a noite na casa de um amigo. Mesmo assim ele ainda procurou os diretores da escola no dia seguinte, pois não pretende mudar de colégio.

Segundo ele, a escola não é um lugar apropriado para se beijar. Entretanto não tinha motivos para a suspensão e possível expulsão dos dois, sendo que os diretores fazem vista grossa quando os beijos são entre casais heterossexuais.
Em uma conversa por telefone entre o aluno e os diretores da escola, eles afirmaram que o estudante precisaria passar pela aprovação do conselho, composto por professores, estudantes maiores de 18 anos e pais de alunos. A diretora disse ao aluno que a situação será avaliada e que esse conselho irá “julgar” se ele deve ou não permanecer na escola. O que será definido quando o aluno voltar da suspensão, na próxima quarta feira, dia 9.

Esse caso é apenas mais uma demonstração de como a homofobia ainda é tão presente e estrutural em nossa sociedade. Não é nem necessário entrar no debate se a escola é um local apropriado para se beijar. Mas basta perceber como duas situações exatamente iguais são tratadas de forma absolutamente diferentes. Enquanto que para os casais heterossexuais nunca foi um grande problema se beijar na escola e os diretores nunca nem sequer os advertiram da atitude, um simples beijo escondido de dois garotos é motivo para uma suspensão e até mesmo uma possível expulsão.




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