Nesta quarta (27), os servidores públicos farão um dia de mobilização contra as medidas do governo Bolsonaro que atacam os direitos e as condições de vida do funcionalismo em meio a pandemia do coronavírus.
quarta-feira 27 de maio de 2020 | Edição do dia
Em diversas capitais serão realizados atos simbólicos, respeitando as orientações de higiene, saúde e segurança, contra o congelamento de salários de servidores que foi levado a frente pelo Congresso a pedido de Paulo Guedes, e também contra as intenções do governo e também de Rodrigo Maia em aprovar a reforma administrativa, que ataca os planos de carreira e os salários do funcionalismo, enquanto estamos passando pelo pico da pandemia, e os números de mortos só crescem. A iniciativa é organizada pelo Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Público Federais), e contará com a participação de outras entidades sindicais, como a CSP-Conlutas.
Paulo Guedes expôs bem suas intenções na reunião ministerial, que teve vídeo divulgado recentemente, quando diz que “Nós já botamos a granada no bolso do inimigo, dois anos sem reajuste de salários”. Seguindo essa mesma toada, Rodrigo Maia, na reunião entre Bolsonaro, os governadores, ele e Alcolumbre, mostrou que quer fazer avançar outras reformas, como a administrativa, que representa um brutal ataque ao funcionalismo. Maia, assim como Doria, Witzel, e os governadores do PT e PCdoB no Nordeste se preparam para aplicar medidas de ataque aos servidores em seus estados, seguindo o tom da reunião entre Bolsonaro e Governadores, de uma busca por um certo grau de “unidade nacional”
Nós do Esquerda Diário apoiamos a luta dos servidores e servidoras públicas que decidem se enfrentar com este governo reacionário que a cada dia demonstra os seus “e dai?” aos trabalhadores e seu descaso às vidas frente ao coronavírus. Cercado de militares em seu governo, Bolsonaro e os generais apenas querem atender os interesses de uma casta de empresários enquanto rifam vidas de milhares.
Por isso dizemos que é fundamental lutar contra as medidas que atacam as condições de vida dos trabalhadores, bem como o congelamento salarial, e as MPs que autorizam redução salarial e suspensões de contratos.
Mas é importante também levantar a bandeira do “Fora Bolsonaro e Mourão”, apontando nossos canhões não só contra Bolsonaro mas também contra todos os militares que preenchem cargos em todos os ministérios. Ao mesmo tempo, a mobilização dos servidores reforça a necessidade de construirmos uma alternativa que não coloque qualquer confiança em atores da direita e da institucionalidade burguesa, como o STF, ou então os governadores como Doria e Witzel, que também atacam os trabalhadores, e não garantem as medidas necessárias em seus estados para que se combata a pandemia sem milhares de mortes de trabalhadores. Nossa resposta precisa vir da organização independente dos trabalhadores contra as absurdas medidas do governo Bolsonaro, e contra o descaso do Governo Federal, e também dos Governos estaduais e municipais. Por isso levantamos a necessidade de que seja o povo que decida frente à crise política e sanitária, batalhando por uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, onde possam se levantar medidas como a proibição de reduções salariais, suspensões de contratos e demissões, além de batalhar por medidas necessárias para garantir a vida das pessoas, tanto sanitárias como econômicas.
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