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Luta contra Milei | Universidades argentinas enfrentam cortes de Milei com mobilização nacional

Enormes concentrações de estudantes, professores e trabalhadores universitários percorrem hoje toda a Argentina. Em Córdoba e Santiago del Estero houve enormes mobilizações pela manhã. Na Cidade de Buenos Aires, professores e alunos fizeram vigílias em algumas faculdades e marcharam em direção ao Congresso. Uma mobilização que é parte da luta contra os cortes orçamentários de Milei e do FMI. Um exemplo contra as políticas neoliberais que deve servir para inflamar a luta dos técnicos, professores e estudantes universitários das federais brasileiras. Nossa luta é uma só.

terça-feira 23 de abril | Edição do dia

Enquanto no Brasil transcorre a greve nacional dos técnicos das universidades e institutos federais, que vem ganhando o apoio e adesão de professores e estudantes, uma multidão se mobiliza nas ruas de toda a Argentina nesta terça-feira em defesa das universidades. A Marcha Federal Universitária se converteu em uma ação de protesto nacional contra Milei, embora seu foco fosse responder ao ataque orçamentário ao ensino superior. No geral, parece canalizar o crescente descontentamento social que permeia diferentes setores da população argentina. Isso ficou claro nos depoimentos recolhidos pela mídia, onde é evidente a simpatia e o apoio de amplos setores da população à demanda universitária.

Na mesma massa mobilizada expressam-se diferentes posições. Enquanto setores do radicalismo e do peronismo querem limitar as reivindicações, a esquerda e e milhares de estudantes votaram em assembleias (como na Filosofia e Letras da UBA) a necessidade de unir a luta da educação com a luta para derrotar o conjunto do Plano Milei, chamando desde já à mobilização contra a nova Lei Omnibus, o DNU e a estar lado-a-lado nas lutas ao lado dos trabalhadores e aposentados.

A concentração mais importante ocorre na Cidade de Buenos Aires. Espera-se que seja a mais lotada. Neste momento a concentração que mais tarde marchará em direção à Plaza de Mayo já é enorme. Para lá convergem massas de estudantes e professores - muitos dos quais faziam vigílias e ocupações em suas faculdades - vindos de vários lugares como La Plata, Moreno, La Matanza, Lanús e outras cidades dos subúrbios de Buenos Aires. Também das diferentes faculdades da UBA, como Filosofia, Direito ou Economia.

Participam da mobilização na Cidade Autônoma de Buenos Aires os deputados nacionais do PTS-Frente de Esquerda, partido irmão do MRT, como Myriam Bregman, Nicolás del Caño, Alejandro Vilca e Christian Castillo. Em declarações à imprensa, salientaram que “esta enorme mobilização tem que fazer parte da luta contra todo o plano de ajuste fiscal de Milei".

Desde a manhã, dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas de Córdoba e Santiago del Estero para dizer não aos cortes do Governo Milei contra as universidades públicas. Em La Docta, a mobilização partiu da Cidade Universitária e dirigiu-se ao emblemático Pátio Olmos. A marcha foi enorme: mais de 15 quarteirões de pessoas. Quando a linha de frente chegou ao destino, os últimos blocos ainda não haviam saído da concentração.

Além de estudantes e professores, participaram da marcha trabalhadores de diversos sindicatos como ADIUC, Municipais, SATSAID, Luz y Fuerza entre outros. E isso ocorreu apesar de o horário da convocação não permitir a participação de muitas pessoas.

Na última segunda-feira, a Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Buenos Aires votou pela mobilização sob o lema "Subir o orçamento, Derrubar o plano Mileil, não ao DNU, à Lei Omnibus e ao protocolo repressivo de Bullrich", impulsionado pelos membros da Juventude do PTS, irmã da Juventude Faísca, que defendem que a luta em defesa da educação pública tem de estar ligada ao combate às políticas neoliberais de Milei presentes no DNU e na nova Lei de Bases que o governo pretende aprovar. Para isso, será necessária coordenação e unidade com os setores de trabalhadores em luta, como aqueles que vêm enfrentando uma onda de demissões.




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