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Europa | A União Europeia reforça seu militarismo com um novo Plano de Defesa

A União Europeia implementará um novo Plano de Defesa, financiado com fundos da Próxima Geração, para fortalecer a indústria militar europeia. Uma manobra que, no contexto do agravamento da situação na Ucrânia, preparará novas espoliações e intervenções, como o genocídio que estamos testemunhando contra o povo palestino.

quarta-feira 6 de março | Edição do dia

Nas próximas semanas, a União Europeia apresentará um Plano de Defesa que alocará recursos para fortalecer a "segurança" europeia e o setor militar. Isso foi anunciado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Esse rearmamento se soma às políticas militaristas anteriores, que aumentaram o investimento militar na última década em mais de 30%, elevando o investimento total a níveis nunca vistos desde a Guerra Fria. Sob o discurso de manter uma Europa "livre e segura", a realidade é que esse rearmamento aprofundará as políticas imperialistas dos países da União Europeia (UE), que já agem como cúmplices do governo israelense no genocídio do povo palestino e perpetuam todos os tipos de guerras e espoliações, ao mesmo tempo em que dificultam ou impedem a migração que elas geram.

A ofensiva do governo israelense contra o povo palestino provocou ondas de choque nos planos do imperialismo mundial. A mudança na estratégia externa do presidente dos EUA, Joe Biden, focada por mais de um ano na ajuda econômica e militar à Ucrânia e agora no apoio ao governo israelense, fez com que a Ucrânia perdesse força no conflito. A possibilidade de a Rússia encerrar a guerra anexando parte do território ucraniano no curto prazo foi o estopim para que a UE buscasse reforçar sua capacidade militar.

Bruxelas está propondo um plano para fortalecer a autossuficiência europeia em assuntos militares, criando um mercado interno de defesa que não dependa de entidades externas. Além disso, a UE impulsionará as grandes empresas militares da Europa com fundos da UE. Com isso, a UE busca reduzir a desvantagem competitiva que tem em relação à indústria dos EUA.

O governo espanhol tem se posicionado como o principal defensor do militarismo europeu. Enquanto Nadia Calviño, ex-ministra da economia e ex-vice-presidente do Estado Espanhol e atual presidente do Banco Europeu de Investimento (BEI), declarou em uma entrevista ao jornal El País sua intenção de que o BEI se volte estrategicamente para "fortalecer a indústria militar europeia e a capacidade de dissuasão" da União, o governo espanhol mantém seu destacamento militar no Líbano como parte da ajuda que fornece a Israel para se defender do Hezbollah. Enquanto isso, apoia intervenções no Mar Vermelho contra as milícias Houthi e, há apenas um mês, assinou um novo contrato multimilionário com uma empresa israelense que fabrica armas testadas em Gaza.

A escalada belicista e militarista dos Estados europeus continua a aumentar as tensões geopolíticas, enquanto o genocídio sem precedentes cometido por Israel contra o povo palestino neste século é perpetuado. A classe trabalhadora e os povos do mundo continuarão a sofrer as consequências das guerras travadas por essas potências. A escalada militarista, longe das promessas de paz e segurança da UE, só deixa atrás de si a abertura de um horizonte de maior conflito.




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