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Violência policial | A resposta institucional de Anielle Franco e Silvio Almeida é incapaz de responder à brutalidade da polícia

A Operação Escudo e a imagem de um jovem assassinado por um pm com um golpe com a ponta do fuzil em São Paulo, o caso do trabalhador negro preso após ter sido ferido com uma faca por um homem branco em Porto Alegre, a polícia de Jerônimo Rodrigues do PT sendo a polícia que mais mata no Brasil e a megaopração no Rio de Janeiro da polícia miitar e civil, a mando de Cláudio Castro, que deixou 7 mortos até agora e mais de 20 mil crianças impedidas de ir para a escola, são a cara do racismo no Brasil hoje.

Renato ShakurEstudante de ciências sociais da UFPE e doutorando em história da UFF

quinta-feira 29 de fevereiro | 11:42

Foto: Felipe Iruatã

Se abrimos qualquer noticiário, seja na internet ou na TV, não se fala outra coisa se não as inúmeras notícias sobre violência policial e racismo. Muitas pessoas tem a sensação de que mesmo com o Ministério da Igualdade Racial dirigido por Anielle Franco e o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, dirigido por Silvio Almedina, a situação particular do negro em relação a repressão policial mudou muito pouco desde o fim do governo Bolsonaro. Já me questionei algumas vezes e acredito que essa dúvida também paire na cabeça de milhões de negros no Brasil. Como que com dois ministérios que serviriam para “combater” o racismo, casos como esses citados acima seguem acontecendo?

Em um dia Lula está com Tarcísio elogiando-o pelo seu bom “trabalho”, no dia seguinte Tarcísio está com Bolsonaro afirmando seu ódio contra o povo palestino no ato da extrema-direita. E enquanto isso, a polícia paulista segue matando na Baixada Santista. A mesma coisa, poderíamos dizer sobre Jerônimo Rodrigues (PT), sua polícia é a mais letal do que qualquer polícia de um estado governado pela extrema-direita. E são inúmeros casos que sua PM serviu para atacar povos indígenas. Ou seja, a adoção dos métodos e políticas da direita, abre ainda mais espaço para esse banho de sangue que ocorre em alguns Estados do país.

Silvio Almeida disse que acionaria a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos frente à Operação Escudo. Sobre o caso do motoboy negro preso e indiciado depois de ser ameaçado de morte com uma faca, questionou o “treinamento” da polícia, defendendo a possibilidade da instiuição deixar de ser racista. A mesma coisa fez Anielle Franco, e disse que “acompanhará os desdobramentos da situação”. Depois disso, o governador Eduardo Leite "renovou seus votos" de confiança na polícia racista.

Imaginem que trabalhadores e trabalhadoras neste exato momento tem suas casas invadidas, podem estar sendo torturados e assassinados sumariamente sem nenhum direito em São Paulo; mães e familiares nem ao menos conseguem descer com os corpos de seus parentes atrás de socorro e atendimento médico no Rio de Janeiro e o “máximo” que Anielle e Silvio podem fazer é acompanhar esse banho de sangue coletando informações através de uma ouvidoria ou confiar que a polícia num país onde 80% das pessoas mortas por ela são negras pode deixar de ser racista.

Isso mostra o quanto as saídas institucionais para os problemas referentes à questão racial no Brasil são incapazes de responder o problema do racismo e da violência policial. Anielle e Silvio são ministros de um governo de frente ampla que passa inúmeros ataques, por isso não falam de imediato que parem todas as operações policiais em curso, da revogação imediata da lei orgânica das PM e bombeiros sancionada por Lula e do fim das corporações especiais das polícias. Apenas um programa operário e anticapitalista pode responder a questão da violência policial, defendendo o fim dos tribunais militares especiais que servem para aumentar a impunidade da brutalidade e covardia da polícia; além de defender o fim da própria polícia que só serve para derramar sangue negro e indígena até hoje.




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