Alckmin, do PSDB anunciou que a chamada “reorganização escolar” teria 94 escolas fechadas e 1.464 “reorganizadas”. O governo argumenta que essa mudança será para melhorar a educação. Contudo, não consegue esconder contradições. 34 das 94 escolas fechadas por Alckmin tem desempenho superior à média das escolas, segundos os próprios índices utilizados pelo governo. Além disso, várias das escolas que foram fechadas já eram de ciclo único. Ou seja, o objetivo não é a melhoria da educação, mas um forte ajuste neoliberal para cortar gastos, demitir professores e trabalhadores e abrir espaço para privatização.
Danilo ParisEditor de política nacional e professor de Sociologia
sábado 7 de novembro de 2015 | Edição do dia
Onde houve mobilização da comunidade escolar, com forte protagonismo dos secundaristas, o governo retrocedeu no fechamento. Faz isso, para procurar menor resistência e volta às suas armas para escolas que antes não estavam ameaçadas de fechar. Alckmin prioriza fechar ciclos para diluir o impacto e repercussão que sua proposta vinha tendo inclusive na opinião pública. O ensino noturno foi um dos seus principais alvos, e a principal vítima serão os alunos trabalhadores que necessariamente precisam estudar a noite.
A forte mobilização em defesa das escolas abalou os planos iniciais do governo. Com os secundaristas à frente, a mobilização da comunidade escolar mostra o caminho para barrar o ataque do PSDB. Contudo, a APEOESP dirigida majoritariamente pelo PT e PCdoB, se nega a levar um plano de luta sério para unificar professores e estudantes. Fazem isso, por que assim como no estado de São Paulo, a educação também tem sido um alvo prioritário do governo Dilma. Ou seja, desencadear uma grande luta em defesa da educação pública traria consequências nacionais que poderiam colocar o conjunto dos trabalhadores da educação em luta contra os ajustes dos distintos governos. Superar essa burocracia sindical, funcional ao ataque de todos os governos, é um passo necessário para avançarmos em nossa luta.
