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CRISE POLÍTICA E ECONÓMICA | Dólar atinge maior cotação em quatro meses

sexta-feira 24 de julho de 2015 | 00:31

Um dia após o anúncio de Joaquim Levy e Nelson Barbosa da redução da meta do superávit primário (economia fixada para o pagamento do juros da dívida púbica) e corte extra de 8,6 bilhões de reais na economia, dólar sobe e atinge a marca de 3,29.

Em um período de crise econômica e política, em que a popularidade do governo Dilma despenca para 7,7%, dólar sobe como reação à combinação dessas crises. De maneira simplificada, quando um país cai em uma crise política, como a que o do governo do PT vive, há uma tendência para a fuga de capitais (retirada de investimentos do país), que pode diminuir o preço do real frente ao dólar. Somado a essa questão nacional, ocorre que a nível internacional se espera uma subida da taxa de juros norte-americana, que tende a tornar o dólar “mais caro”, desvalorizando ainda mais o real, e causando mais incertezas em um país em que a dívida privada em dólar atinge 77% do PIB.

A princípio, os principais impactos do aumento do preço do dólar são a inflação e a desvalorização dos salários. Por um lado, há uma grande quantidade de insumos importados pelo país, que tende a afetar a inflação, uma vez que se os preços dos insumos sobem, os produtos finais, em geral, também ficam mais caros para o consumidor. Por outro lado, se há a justificativa de que os produtos brasileiros ficam mais competitivo no mercado exterior, isso se deve por uma desvalorização dos salários nacionais em relação ao dólar. Se o dólar sobe, os salários medidos em real, ficam desvalorizados e é assim que se “sustenta” o aumento da competitividade no exterior, a partir da depreciação dos salários dos trabalhadores.

Frente à essas incertezas, os capitalistas não se sentem seguros quanto à aplicação dos ajustes e cortes necessários para manter seus rendimentos. Sendo assim, o que se pode esperar para o próximo período, é uma possível continuação da desvalorização do real. A LDO (lei de diretrizes orçamentárias), em que se encontra a proposta de diminuição do superávit primário, será votada em agosto no Congresso, podendo aumentar ainda mais a incerteza quanto à possibilidade de investimento no país. Além da continuação da crise política do PT que tende a aprofundar essa questão.


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Economia



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