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Ataque aos Professores | É preciso enfrentar o autoritarismo de Tarcísio que persegue e pune professores com medidas antissindicais

Seguindo a sua sanha autoritária e anti-organização dos trabalhadores, o bolsonarista Tarcísio e seu secretário da educação, Renato Feder, estão orientando as Diretorias Regionais e direções de escolas a aplicarem uma falta injustificada para os professores que se mobilizaram e fizeram uma paralisação no último dia 15 de março. A paralisação exigia, entre outras pautas, o pagamento atrasado dos professores contratados e a atribuição de aulas aos estudantes.

segunda-feira 25 de março | Edição do dia

O governo Tarcísio não só veio aplicando uma série de ataques privatistas e que precarizam os serviços públicos e o trabalho, como vem passando por cima do direito constitucional de greve e mobilização dos trabalhadores. Um forte exemplo são as punições e as demissões de 8 metroviários que se mobilizaram contra a privatização do metrô de SP, da Sabesp e da CPTM, incluindo diretores e o vice-presidente do sindicato. Uma medida autoritária e que teve aval da justiça burguesa, que recentemente derrubou a liminar conquistada pela luta que suspendia as demissões.

Com os professores do estado de São Paulo, essas medidas autoritárias e antissindicais também vieram se fortalecendo. Desde os governos anteriores do PSDB, os professores paralisam sem direito nem mesmo à reposição e quando lutam assumem imediatamente um desconto salarial e uma falta, que normalmente era justificada, já que o professor justifica sua falta, inclusive formalmente, com a paralisação. Dessa vez, são inúmeras denúncias de escolas em que a direção aplicou ou está ameaçando aplicar uma falta injustificada aos professores que paralisaram, desde escolas regulares à PEIs, em especial na DE Norte 2, onde há casos grotescos e escandalosos de perseguição política, processos administrativos e demissões de professores lutadores.

Veja isso: DE Norte 2 atropela direitos e pune professores estaduais com falta injustificada

No caso do professor categoria O a segunda falta injustificada pode levar ao corte de seu contrato, o que vem sendo lembrado insistentemente pelas gestões para minar a mobilização dos professores. Veja que perverso, o governo ataca os professores, corta milhares de contratos, faz o professor passar fome e ficar sem salários por 3 meses com os estudantes sem aulas e quando finalmente o sindicato chama uma mobilização, o professor que se mobilizar perde salário e ainda corre o risco de voltar ao desemprego. É um autoritarismo sem tamanho e precisamos enfrentá-lo.

Frente a esse cenário é escandaloso que a direção da APEOESP, com PT, PCdoB e PSOL, não esteja chamando a uma enorme campanha contra o autoritarismo, o assédio e todas as medidas antissindicais do governo, e isso em unidade com outras categorias, como os metroviários, além das categorias em luta que dão exemplo de como se enfrenta os ataques, como são os professores municipais de São Paulo. A única coisa que o sindicato faz é pedir ao professor que está sendo punido para procurar o sindicato e ter um auxílio jurídico individual, que é uma saída ligada à confiança na justiça ao mesmo tempo que vai na contramão do sentido da organização do conjunto da categoria pela luta de todos os nossos direitos e da educação, uma saída institucional destinada ao fracasso, afinal todos os professores sabem que sem mobilização real da categoria a justiça burguesa não retrocederá.

O PT, que está na direção da Apeoesp, dirige também centenas de outros sindicatos pela CUT, ou seja, poderiam estar chamando uma fortíssima campanha contra os assédios e autoritarismo de Tarcísio, colocando toda força de seus sindicatos para isso. Mas, pelo contrário, elogia Tarcísio em aparições públicas e fortalece seu governo colocando o Republicanos no interior dos ministérios do governo da frente ampla.

É preciso que a Apeoesp chame os professores e todos os sindicatos a rechaçarem essas medidas de Tarcísio imediatamente, com reuniões unificadas, cartas à população, manifestações, aulas públicas, que sirva à preparação da greve estadual e da luta dos professores, único caminho para enfrentar a extrema direita. Assim é possível enfrentar o medo que os professores, em especial os categoria O, acabam sentindo para se mobilizar. O papel do sindicato é transmitir confiança a todos esses professores, transmitir que podem contar com sua ferramenta de organização quando se mobilizam e fazem paralisações e greves. Se um é punido, todos precisam responder juntos e na luta para encurralar o governo. Basta de divisão, é preciso apostar na unidade da nossa categoria na luta.

Sabemos que Tarcísio faz isso justamente porque sabe da força que pode ter a mobilização dos professores, nós lutamos por educação para a população, por isso buscam desde já atacar e amedrontar os que decidem lutar. Nossa resposta não pode ser a do medo, mas sim a da mais ampla organização na base, chamando os pais, funcionários, estudantes a estarem conosco unificados em defesa da educação pública, dos nossos empregos, salários, pela efetivação dos categoria O, pela revogação integral do novo ensino médio e para defender todas as demandas por uma educação que sirva aos trabalhadores e à população.

É por esse objetivo que nós do Nossa Classe Educação nos colocamos enquanto parte da Oposição Unificada Combativa, estando à frente da subsede de Santo André e com conselheiros na Zona Norte e em Campinas para fortalecer a luta dos professores e não deixar ninguém para trás no caminho da mobilização. Somente a nossa luta pela base pode enfrentar o autoritarismo de Tarcísio.

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[1Imagem: 9.jul.2023 - FELIPE MARQUES/ESTADÃO CONTEÚDO





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